sábado, 10 de dezembro de 2011

Sobre música e alternativa

Hoje, a cena alternativa é o refúgio de quem gosta de música pop, rock e mpb. Há muito tempo que não existe absolutamente nada de interessante rolando no mainstream nacional, mas já no outro lado, nunca esteve tão fácil produzir música como também o acesso a mesma. Antes, neguinho dependia do amigo rico que comprava tudo que saia nas lojas ou ainda ficava à espera de uma cópia do tio do seu amigo que demorava um mês para chegar. Mas isso já faz tempo.

Hoje, qualquer um pode gravar um cd com qualidade e postar seu trabalho na internet. Ainda não consegui esclarecer como isso contribuiu para a fossa que é o mainstream, mas tenho certeza que tem uma grande contribuição. “Pedro, o estabilishment sempre foi uma merda!”. Sim concordo, mas acho que antes existiam ilhas que comportavam alguma coisa boa e não vejo mais isso. Friso que estou falando de cena nacional.


Eu e um monte de pessoas dependemos e mantemos o esquema alternativo. Gente como China, Wado, Cidadão Instigado, Vanguart, Pública, Gram, Autoramas etc têm uma carreira feita e são conhecidos em todo o Brasil graças a esse esquema que não tem uma cabeça, uma instituição coordenadora, só o desejo de ouvir boa música e se fazer escutar.

Me refiro aos consumidores que não aguentam mais escutar Capital Inicial, Ivete Sangalo, Maria Rita, NXZERO e correm para baixar CSS, Roberta Sá, Tulipa e Nevilton. Se não temos uma banda que marque época e defina uma geração com o fez a Legião Urbana e o Los Hermanos, temos uma pluralidade de vozes, sotaques e ritmos que nunca teriam espaço sem a dinâmica midiática atual.



Ninguém sabe qual o futuro da indústria fonográfica. Se os cds irão (devem) acabar, se as grandes corporações deixarão de existir(duvido muito) ou como o artista de 2020 vai ganhar dinheiro para sobreviver. Eu não sei, mas posso prever que a música alternativa terá cada vez mais força e, com um pouco de sorte, mais qualidade.