Atualmente comprar cd é uma vaidade. É pura vontade de ter, pegar e ler o encarte. Pois bem, eu tenho essa vaidade. Recentemente comprei cinco. Três conhecidos e dois tiros no escuro que felizmente se mostraram certeiros.
Amo Los Hermanos e o Ao Vivo na Fundição Progresso foi mais para constar na coleção; já com relação ao Rage Against The Machine, a força da banda me impressiona; os Strokes realmente tem um ótimo som e não é a toa que a nova-iorquinos permearam sua influência por toda década 00; apesar de até então desconhecidas para mim, as guitarras pesadas do Alice in Chains são muito bem vindas já que andava tão afastado do rock pesado.
Entretanto não há como negar que meu mimo, a cereja do bolo (me desculpem o clichê) é mesmo o duplo ao vivo do Rush (Snakes & Arrows Live).
Sim, os canadenses que tocam juntos há quase 40 anos, os mesmos três caras de sempre.
Conheço muito coisa da banda e isso é mérito do meu ex-amigo Charlles. Meu ex-vizinho que curte bastante rock progressivo e me apresentou bandas como Marillion, Dream Theater e também o Rush. Tenho essa dívida eterna com ele. Pois bem, apesar de ter pegado mais de 10 cds com my ex-friend, ainda havia algumas músicas que não conhecia ou não lembrava. Não sei.
O fato é que Witch Hunt, do disco Moving Pictures, é RUSH em estado perfeito. Apesar da levada de guitarra ser bastante comum, não há banda que toque como eles. O timbre de Alex Lifeson é reconhecido facilmente, assim como todo o seu comedimento ao manusear as seis cordas. É como se Machado de Assis escrevesse um pequeno conto com apenas uma dúzia de palavras, apesar de conhecer 12 mil. Lifeson faz a mesma coisa. Usa apenas o pontual, correto e certeiro como poucos guitars players fazem.
Nessa música até tão particular voz de Geddy Lee fica mais palatável.
Já Neil Peart dispensa apresentações. É considerado um dos três maiores bateristas de todos os tempos e talvez um dos poucos legendários vivos. Keith Moon, do The Who e maior de todos, morreu há mais trinta anos assim como seu maior fã e seguidor. John Bohan, do Led Zeppelin, que deu adeus à vida sufocado em seu próprio vômito dois anos depois do mestre em 1980.
Neil, apesar dos pesares, perdeu a filha e a esposa em menos de um ano, continua vivo e tocando muito. Para se curar, o baterista entrou, como ele mesmo descreve, em uma jornada de cura com sua motocicleta, viajando milhares de quilômetros pela América do Norte. Essa jornada foi mais tarde descrita no livro Ghost Rider: Travels on the Healing Road e também influenciou fortemente o cd seguinte da banda, Vapor Trails.
Para se ter uma idéia da importância do Rush, a banda influenciou gente como Metallica, Smashing Pumpkins, Nirvana, Dream Theater dentre outros nomes de peso do rock internacional.
Snake é uma clássico disco ao vivo, aquele tipo de cd que aproveita um show para se fazer uma coletânea. Neste caso privilegiando a fase anos 80 da banda. O registro se junta a Vapor Trails, A Farewell to King (ambos do Rush) e ao resto da minha mais do que módica coleção. São cerca de 80 cds que apesar do número pequeno reúnem muito coisa boa desde Radiohead a Bon Jovi, passando por Titãs, Engenheiros, Paralamas, Skank, Rappa Los Hemanos, Lobão chegando a Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Pear Jam, Oasis e Coldplay. Isso sem esquecer meus discos de alternativos como Yo La Tengo, King of Lions, The Celibate Rifles e Strokes.
Meus dedos cairiam de tanto digitar caso fosse falar aqui dos centenas e centenas de CDs que já baixei, mas não vem ao caso. O diabo mesmo é que adoro aquela coisa do encarte.....
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Há 3 semanas