quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Notas sobre um show


Preliminares

A canadense Alanis Morissette aterissou em Teresina nesta quarta-feira, dia 28 de janeiro. Depois e de sei lá quantos anos a cidade mais quente do universo recebeu um show internacional de peso. Fato: Alanis Morissette canta muito!!! Sua voz ao vivo é a mesma do cd, linda por sinal.

É verdade que fez um show morno, o que considero um erro, pois em uma turnê longa como essa quem manda são os hits. Mas não só isso, o problema foi a escolha de musicas calmas em meio a tanta pauleira que seu repertório permite. Falo isso com propriedade, já fui torturado anos a fil por meu irmão que era fã incondicional.

Devido a contingência financeira, eu não iria ao show, entretanto entrou em cena meu primo Jonatas que ligou informando que os ingressos para o show estavam na ksa do 20 reais. “Segura o meu que eu tô chegando”, disse logo depois de conseguida a benção de minha namorada.

Chegando lá.......

Pouquíssimas pessoas compareceram ao Atlantic City. É triste. Nunca recebemos uma atração como essa, mesmo que não do meu gosto, e quando acontece o povo não aparece. Queria entrevistar Marcos Peixoto e perguntar como ele conseguiu trazer Alanis Morissette para Teresina com um ingresso na média de 60 a 70 reais. Como? Verdade que é perceptível que não veio metade da estrutura dela, o palco estava paupérrimo, e que a turnê é patrocinada pela Coca Cola, mas ainda sim é um bom questionamento.

Os custos de uma atração como essa são proibitivos para uma província como nosso Piauí. Uma rápida pesquisada na net me revelou que os ingressos em Sampa estão custando entre 180 e 350 reais. Preços parecidos foram averiguados na maioria da capitais. Em Teresina teve cambista vendendo ingresso a 5 reais. Cinco conto!!!!! Meu deus.

Eu sei que conta muito o prolongado tempo que ficou fora da mídia. Para ilustrar isso, a canadense teve que iniciar a turnê de último cd(Flavors of Entanglement) em parceria com a banda MatchBox 20, que nunca teve metade de sua popularidade, para só depois de dois meses abrir sua própria turnê, essa que chega à onze cidades brasileiras.

Voltando a apresentação.......

O som estava muito bom, a banda é ótima e, como já dito, a moça canta demais. Os teresinenses cantaram juntos várias músicas, principalmente as do primeiro cd Jagged Little Pill. Tenho de admitir que quando ela começou a cantar a segunda música do show, All I Really Want, me arrepiei todo ao escutar aquela gaitinha e me lembrei de meu irmão voltando seu K7, gravado da rádio, inúmeras vezes(inclusive gastei todos os meus créditos lhe fazendo inveja("TÁ ESCUTANDO???" PERGUNTEI; "EU TE ODEIO", RESPONDEU ELE).

Alanis foi despejando muitas músicas novas e algumas antigas. Muitas do já citado primeiro cd. É como Wilton disse, para quem gosta foi a realização de um sonho. Fiquei só me imaginando no show do Coldplay....

De toda forma vejo como muito positivo o resultado. Músicas como Hand In My Pocket, Ironic, Thank you, You Learn, You Oughta Know foram belissimanente cantadas, fazendo muita gente fechar os olhos e cantar junto com a canadense

Houve faltas imperdoáveis para este rpz, sendo elas King of Pain e Crazy, versões perfeitas para as músicas do The Police e Seal, respectivamente. Verdade que era pedir demais pela primeira, mas Crazy fez falta.

Outra coisa imperdoável foi colocar para vender apenas Shin e ainda mais quente. Isso não é culpa da coitada, mas que foi ruim foi

De toda forma....

Foi uma apresentação interessante. Morissette é uma simpatia e seu sorriso é lindo.

Parabéns ao Marcos Peixoto, que segue impertinente ao ditado de que esse tipo de iniciativa não vinga em THE. Com seu Piauí Pop ele já calou muita gente e até terminou de sepultar a Micarina. Que continue lutando por grandes atrações para nossa cidade.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Jeito sem jeito?!

Todos conhecemos nosso tão propalado jeitinho brasileiro. Prática nefasta que atrasa em tudo nosso país. Furamos fila, subornamos policiais e outras autoridades, utilizamos esse “jeitinho” para driblar normas sociais. Assim a pessoa pode utiliza-se de recursos emocionais, apelo e chantagem emocional, laços emocionais e familiares, recompensas, promessas, dinheiro etc., para obter favores para si ou para outro

Nosso país é absurdo. Certa feita estava lendo entrevista do CEO de uma grande Multinacional, não me lembro qual. Em suas resposta ele falava da dificuldade de se investir no Brasil por causa da enorme burocracia e corrupção. Lembro-me de suas palavras: “Em nossa planilha de custos de investimentos, já temos separado o dinheiro do suborno”, disse ele. O Sincero CEO afirmou que o suborno não é somente para acelerar metas ou investimentos, mas sim para que eles saiam do papel, já que existem autoridades que, enquanto não pagas, sentavam nos alvarás. Deprimente.

A realidade do suborno é tão patente no Brasil que a revista Imprensa lançou um Guia da Corrupção no Brasil, e em ordem alfabética. É como se o país inteiro estivesse empenhado em fazer valer o célebre diagnóstico do Brasil atribuído a Charles de Gaulle: o Brasil não é um país sério. Aqui no Brasil "tudo acaba em pizza", como diz um adágio popular. As palavras são de Lourenço Stelio Rega, autor de dando um jeito no jeitinho.

Semana passada li uma matéria constatando o que é obvio, colocando para o mundo nossa, perdão pelo clichê, triste realidade. Manchete: Brasil é um dos últimos em ranking de suborno da Transparência Internacional.

Diz a matéria da BBC Brasil publicado no site UOL:

O estudo, intitulado Bribe Payers Index ("Índice de Pagadores de Suborno", em tradução livre), foi elaborado a partir de entrevistas com 2.742 empresários de 26 países e analisou a propensão ao pagamento de suborno de empresas dos 22 maiores países exportadores.

Continua a matéria.

A partir daí, foi criado um ranking que lista, nas primeiras posições, os países cujas empresas têm menores índices de corrupção e, em último, os países cujas companhias mais praticam subornos. O Brasil aparece em 17° lugar, empatado com a Itália.

Sobre o país que nos interessa...

Segundo pouco mais de 20% dos entrevistados, o tipo de corrupção mais praticado por empresas brasileiras no exterior é o suborno a autoridades públicas menos graduadas, que é definido pela ONG como aquele utilizado para "apressar as coisas".


Não sei nem o que dizer. Me lembrei das palavras do Conde D’Tijubina, colaborador deste Blog, em texto publicado aqui mesmo no dia das últimas eleições municipais.

“O brasileiro só segue a lei quando lhe é conveniente. Nada mais. Se fazemos isso no dia-a-dia, seja na pequena contra mão ou na tradicional furada de fila, como pedir que o governante faça diferente se ele, antes de prefeito ou vereador, é como eu ou vc. (...) São nossos amigos, primos, pais e conhecidos. Quem não conhece um fulano que teve um emprego arranjando por um político? Quem não sabe relatar o caso do médico do interior que ganha 6 mil reais para consultar apenas dois por semana, quando na verdade deveria ser a semana toda?”

Na verdade tenho poucas esperanças sobre essa questão. É verdade que estamos mudando, devagarzinho, mas não sei se ainda vejo esse new Brazil. Com fé, finalizo com uma frase do já citado Lourenço Stelio: “Não percamos a esperança ... O Brasil do jeito ainda tem jeito!!!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Sobre novelas

Declaradamente não gosto de novela. Na verdade não suporto. Admito é uma limitação. Assim como minha mãe não gosta de filmes que mostram uma realidade que não seja parecida com a nossa, a exemplo do Sr. Dos anéis, eu também não consigo compactuar com o que é mostrado pelas novela. Engraçado que minha justificativa é exatamente igual a de minha mãe. Não gosto porque ela não mostra nossa realidade, mas é vendida como se assim fizesse.

Absolutamente tudo que é apresentado nesses folhetins é uma caricatura da realidade. Na verdade, me corrijo, nem tudo. Por que muito é devaneio mesmo. Há muito tempo tenho essa opinião e tudo fez sentido quando li uma declaração da Glória Perez, autora da nova novela da oito Caminhos das Índias. “Não me interessa retratar pessoas reais”, disse a responsável por vários sucessos da Globo.

Realmente tudo se encaixou. “Deve ser isso o que todo os autores da Globo pensam”, disse pra mim mesmo. Por que se assim não for, como explicar o viado, aquele viado bem estereotipado desmunhecadodefalafinaminoso (bibonada mesmo), que deixa de ser viado em a Favorita. Ainda no mesmo folhetim tivemos a moral hipócrita mostrada quando a esposa adúltera que se arrepende da escapulida, mas que para ser merecedora de compaixão tem padecer enferma de terrível doença. Isso sem falar da maranhense com sotaque carioca e pose de baiana interpretada por Taís Araújo em Da Cor do Pecado. A novela mostrava até o povo de São Luís almoçando tapioca, que inclusive é conhecida com beijú na ilha.

Nada disso me atrai. Fagner ainda hoje é indignado com as músicas havaianas que tocavam na vila de pescadores cearense na qual era baseada a novela Tropicaliente.

Me irrita aquela moral fingida, hipócrita e dissimulada com a qual os gays são tratados. Com a palavra Santiago Jr: “(...)detestei América e aquele beijo não mostrado entre o Gagliasso e o namoradinho dele, ou aquela outra novela com lésbicas na qual duas meninas se beijam apenas quando ambas se fantasiam e encenam ‘Romeu e Julieta’, tornando possível um beijo lésbico quando todo mundo aceitou, de faz de conta, a sobreposição de um célebre casal heterossexual”.

Neste rol podemos ainda colocar o casal formado por Cristiane Torloni e Silvia Pfeifer em Torre de Babel. Não sabendo como lidar com as personagens e ainda tendo como desculpa a não simpatia do público por elas, o casal foi morto em uma explosão. É como meu irmão disse em seu texto Direitos Gays em relação ao filme Segredos de Brokeback Montain. Aqui tiro licença e ajusto aos folhetins. Uma novela com gays para heteros virem.

Não podemos esquecer da personagem Catarina, esposa de Jackson Antunes, em A Favorita. Aqui novamente invoco as palavras de outro para fazer delas minhas. “Para mim, particularmente, seria novidade ver o assunto sendo abordado com seriedade, dignidade e respeito, tirando a mulher lésbica dessa in-visibilidade que tanto os autores de novela gostam de colocá-las.”

E tem mais.

“Fiquei logo indignada em pensar que a maioria dos telespectadores que acompanham a novela (leia-se quase 90% de donas de casa mães de família), iriam mesmo achar o que o senso comum costuma achar: que uma mulher só ‘vira’ lésbica, quando sofre uma profunda e amarga decepção com um homem, como seria o caso da personagem Catarina que logo após ser enxotada pelo Léo, correria para os braços da Sttela”. Texto publicado originalmente no blog Mulheres de Cueca Palavras felizes para um blog de nome tão infeliz.

Ao assistir novela me sinto tão enganado quanto ao ler o jornal Meio Norte. Um veículo claramente loteado, mas que vende a cara de independente e imparcial. Nunca me esquecerei quando eles estrearam o penúltimo layout com o slogan JORNALISMO DO BEM e logo nos primeiros dias publicaram uma foto, tirada pelo Efrem Ribeiro, que mostrava uma enorme poça de sangue e um homem morto no centro. Me perguntei que bem fazia a publicação daquela foto?

Acho que talvez por isso não assisto novela. Odeio ser ludibriado. Mas como disse isso é uma limitação minha. Há quem diga que aquilo é puro entretenimento e que minha análise é sem fundamento, já que todas as pessoas sacam que aquilo não é a realidade. Realmente espero estar errado.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A via Láctea

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz...

Mas não me diga isso...

Hoje a tristeza
Não é passageira
Hoje fiquei com febre
A tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela
Parecerá uma lágrima...

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza
Das coisas com humor...

Mas não me diga isso...

É só hoje e isso passa
Só me deixe aqui quieto
Isso passa
Amanhã é um outro dia
Não é?...

Eu nem sei porque
Me sinto assim
Vem de repente um anjo
Triste perto de mim...

E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado
Por pensar em mim...