segunda-feira, 9 de abril de 2012

A falência do apito

O senhor Jorge Rabelo, presidente da comissão de arbitragem do Rio de Janeiro, ironizou Roberto Dinamite e o diretor de futebol do Vasco, Daniel Freitas. “Daniel Freitas nem sei quem é, se é cantor, porteiro, se é responsável pelos serviços gerais. A atuação do Wagner foi muito boa”, disse.

No primeiro turno do Carioca, o Fluminense reclamou muito de dois pênaltis não marcados contra o Vasco. Jorge respondeu da seguinte forma: “Por que não explicam que o Fluminense não vem jogando nada? Por que com uma folha salarial de R$ 7 milhões empata com o Duque de Caxias, que tem uma folha de R$ 100 mil? Por que o Fluminense é sempre dominado no segundo tempo?”

Não cabe ao presidente da comissão de arbitragem analisar a folha salarial, esquemas táticos e as preferências de um técnico. Cabe a ele ter um bom quadro de árbitros, exigir bons resultados dos juízes e ainda defende-los e puni-los quando merecem. Não é isso o que acontece!
Além da ridícula qualidade dos juízes do Rio de Janeiro, ainda há um claro beneficiamento do Flamengo. Vejamos: Jorge Rabelo promete punição para jogadores e dirigentes do Vasco e o mesmo aconteceu em relação ao Fluminense. Além disso, a atuação dos dois árbitros foi elogiada pelo seu chefe.

Alguém lembra de Flamengo e Boa Vista pela Taça Guanabara? O rubro negro perdeu por 2x1 e contestou bastante a atuação do juiz Antônio Schneider. Resultado: o juiz foi afastado e teve de passar por uma reciclagem. É bom que se tenha em mente que esse jogo foi imediatamente após o clássico Vasco x Fluminense, o mesmo em que os tricolores reclamaram e Jorge Rabelo defendeu seu comandado.

Esse texto não se trata de chororô, como os imbecis logo irão querer tachar, não. Trata-se de um amante de futebol que odeio ver a sujeira se interpor ao espetáculo. Todas as vezes que uma arbitragem é mais comentada do que o jogo logo se vê que ela não desempenhou seu papel a contento. Isso é triste.

A comissão de arbitragem fez certo ao afastar Scheneider? Claro que sim, a questão não é essa, mas sim a falta de critério na atuação entre os times do rio. Ao urubu, os benefícios, aos demais, o chororô.

O pior são os “torcedores” flamenguistas que não vêem isso e continuam com sua já conhecidíssima tiração de onda, se achando o máximo e tudo aquilo lindo. Esse era o mesmo tipo de atitude que tinham os vascaínos que defendiam o Eurico.

Péricles Bassols apitou os dois jogos Vasco e Flamengo do Brasileiro 2011, resultado foram dois pênaltis não marcados nas duas partidas. Já são quatros clássicos sem penais pró-vasco e muita reclamação. Isso vai minando a cabeça de jogadores e torcedores e criando um estigma que deveria ser prontamente rechaçado pela Federação de Futebol e Comissão de Arbitragem, que fazem exatamente o contrário, reforçam o coro vermelho e preto.

O Vasco vem fortalecendo seu futebol, sua estrutura técnica profissional, mas não seu poder como enorme clube que é. Fazendo valer o respeito que merece pela sua grandiosidade e história. Nisso, Dinamite ainda patina feito criança boba.

Mais do que um lamento de um vascaíno, esse texto é a tristeza de uma fã de futebol