segunda-feira, 27 de abril de 2009

A primeira vez a gente nunca esquece

1- Ele tem 25 anos, é jornalista e toca violão. A respeito dessas três informações, ele se acha velho; um jornalista razoável e péssimo tocador.

2 – A despeito de todas as tecnologias existentes e a facilidade de se baixar CDs, ele continua comprando esses artefatos pela internet. “Comprei 8 de uma vez na semana passada, inclusive estou até esperando chegar. Mas eu tb baixo CDs da net quase todo dia”, diz.

3 – É tímido, calmo e se diz bom motorista. “Dirijo bem mesmo. Desde que tirei carteira nunca bati em nada. É verdade que quebrei o carter do Gol do papai uma vez, mas nesse tempo eu nem tinha carteira e o Junior assumiu a culpa, ou seja, eu não tenho responsabilidade (risos)”, fala sem modéstia.

4 – Nunca foi entrevistado em sua vida, apesar de ser entrevistador quase todo dia. É editor do Repórter 800, programa que vai ao ar diariamente das 7:30 às 10:30 na rádio Antares 800. “O programa é uma revista do rádio que aborda tudo. É complicado pq só tenho um produtor, um repórter e uma estagiária comigo para 3 horas de programas diários”, reclama o pobre coitado.

O que se lerá em seguida é a primeira parte de uma entrevista com o dono deste blog. “Entrevisto pessoas todo dia e nunca fui entrevistado. Fiquei ressentido da minha insignificância e pensei ‘ahhh pois vou fazer uma entrevista comigo e meus interlocutores serão meus amigos’”. O resultado desta empreitada é uma miscelânea questões e entrevistadores. No primeiro tomo desta empreitada Blog, Vasco da Gama e música são alguns do temas respondidos por esse rapaz que tem uma série de coisas a falar.

Neto: Maluco, vamos começar do começo. Então fala um pouco da tua infância e adolescência

Pedro: Como vcs todos sabem nasci em Teresina e me mudei para São Luís com 5 anos de idade. Na ilha tive uma infância boa demais. Depois de pouco tempo fiz muitos amigos no bairro e fui ator das mais diversas estripulias possíveis. Me lembro de tanta coisa como empinar papagaio, jogar vídeo-game, explorar os riachos que havia ao redor da minha casa e ainda entrar em casas abandonadas. Na terceira série do que hoje chamam Ensino Médio, eu era um cara muito briguento e não tenho a mínima idéia do pq fui assim. Sei somente que bati em muita gente nesse ano, 1993. No meu colégio tinha até um ranking dos mais fortes e nessa lista eu era o quarto colocado. Ficando atrás apenas do Lécio, Rodrigo e Hugo. Além de briguento era respondão tb. Minha mãe foi chamada à escola um monte de vezes nesse período.

Entretanto no ano seguinte eu aquetei-me completamente e não mais fazia questão de estar em lugar nenhuma daquele ranking. O único episódio que existiu foi uma vez q estava na fila do bebedouro e chegou um gordinho antipático me empurrando. Ele quase me derrubou e eu fiquei puto, dei-lhe uns 3 ou 4 socos. Ainda fiquei receoso pq o Fat Family era protegido do Lécio, que ainda era o fortão do colégio, mas ele nunca veio tirar satisfação comigo e por isso ficou.

Fora esses causos me lembro da alegria de saber que viajaríamos até Caxias e Teresina; das férias passadas na fazenda do tio Gonzaga e da ansiedade ao saber que meus primos iam nos visitar.

Para encurtar a história, minha infância foi irrepreensível.

Neto: E a tua adolescência??

Pedro: Verdade, ia esquecendo. Minha adolescência foi aqui em Teresina mesmo e o retrato dela é a amizade que mantenho ainda hoje com caras como o Nilton, Marcos, vc(Neto), Tiago e outros mais. Sem esquecer do Mikael, é claro. Ainda hoje lembro desse tempo como a época de ouro e não consigo pensar como ele poderia ter sido melhor. Esse sentimento até me prejudicou por um tempo, já que fiquei um pouco preso a esse período. Coisa que levou-me a ser chamado, de forma justa, de saudoso pela Julianna. Mas esse tempo foi perfeito mesmo. Depois disso eu cresci.

Wilton: Pedro dando um salto temporal nessa cronologia e te pegando já adulto.......esse teu blog tá muito melancólico nesses últimos tempos, tu não acha não?

Pedro: Cara, não sei ao certo. Não parei para pensar sobre isso. Apenas escrevo quando dá vontade e coloco na tela o sentimento que me vem. Pode ser melancólico, alegre, uma crítica, um desabafo, qualquer coisa. Mas talvez você esteja certo, acho que nos últimos dois meses tenho escrito palavras mais casmurras.

Hérlon: Casmurro???? Coisa mais intelectual num é?

Pedro: Pois é cara, legal né? Deixa a coisa mais empolada. Aprendi com a Jussara. Ela já leu muito e sabe um monte de palavras difíceis.

Cynthia: Ainda sobre teu blog, qual o motivo dele estar assim mais triste?

Pedro: Não sei se a palavra é triste, mas de qualquer forma tá tudo lá escrito. Basta ler. Não posso me entregar assim senão perco meus leitores (risos).

Julianna:Pedro tu sempre foi um cara reservado, então por que tu fizeste um blog e ainda deu a ele um tom confessional maior nos últimos tempos?

Pedro: Eu tinha um blog antes desse aqui, mas só quem podia acessá-lo era eu mediante uma senha. Criei para expressar umas coisas que estavam me consumindo. Mas nesse eu não escrevo mais e ele está de lado. O coisasafalar eu fiz com a intenção de exercitar meu texto, uma coisa para melhorar meus verbos e ter mais fluidez de idéias. Minhas intenções foram parcialmente contempladas já que penso que hoje escrevo um pouco melhor, mas continuo dependente da minha inspiração. Minha intenção era simplesmente escolher um tema e versar sobre ele, mas parece que ocorre o inverso, o tema é que me escolhe. É foda, mas as coisas estão vindo com mais tranqüilidade.

Bem, respondi porque criei esse espaço e agora vô te dizer o motivo dele ter se tornado mais íntimo. Isso se deve porque não escrevo mais no meu antigo blog e tenho tido vontade de dizer coisas sobre mim. Verdade que não uso de linguagem muito clara nesses textos, até mesmo para me resguardar, mas quem estiver perto de mim e tiver noção do contexto saca na hora do que estou falando. Acho inclusive que já falei de praticamente todos vcs aqui no blog, mas sem citar nomes. Essa é até uma barreira que tenho que transpor, já que não consigo escrever sobre uma pessoa. Já tive muita vontade de escrever sobres vcs em separado, mas nunca tive êxito. Até comecei um texto sobre a Julianna e outro sobre o Neto, mas nenhum dos dois estava
à altura deles.

Priscilla: E por que tu achas que não consegue?

Pedro: Eu não tenho a mínima idéia. Não sei mesmo, vô até pedir o número da Diana com a Julliana para ver se ela me ajuda com isso (risos). E o Daniel me disse também que ela é uma gata.

Daniel: Rapaz, ela é gostosa mesmo.

Pedro: Pois é vô pedir mesmo. Mas voltando a pergunta da Priscilla, eu realmente não sei o porquê desse meu bloqueio. Tenho muitos textos abortados e outro tantos nem começados por pura falta de articulação para dizer o que sinto. Já quis fazer uma homenagem a todos vocês no fim do ano e não consegui, vislumbrei um perfil do Wilton que não consegui nem começar.

Quando finalmente consigo escrever alguma coisa, acho uma completa porcaria. O que iniciei para Julianna ficou muito aquém da homenageada. Até imaginei ela decepcionada com o texto, visto que somos grandes amigos. “Affffffff que porcaria”, pensei ela dizendo.

Julianna: Eu não diria isso.

Pedro: Eu sei que não, mas aquele troço realmente não estava nem razoável. Outro foi o do Neto que se alguém lesse nem notaria que estava falando dele tamanho era o disparate. Acho até que me desfiz dos dois. Mas enfim, espero que essa amarra caia.

Catarina: Pequeno, talvez o tema sobre o qual tu mais escreva nesse blog seja a música. Falando sério, acho que tu daria um excelente jornalista musical ou cultural mesmo.

Pedro: Eu sempre gostei de música e ela sempre fez parte da minha história. São quase como temas de novelas. Quando fiquei afim de uma menina há cerca dez anos era uma musica do Savage Garden e outra do The Verve que tocava. Toda vez que escuto Capital Inicial acústico me lembro de mim e do Neto cheirando lança perfume na casa dele; Engenheiros do Hawwaii é a carta do Wilton e do Gustavo.U2 lembra muito o George; RPM minha mãe e por ai vai. Gosto de música, mas daí a ser jornalista musical está bem longe. É a mesma coisa do cara que assiste muito filme e acaba se achando crítico e não acho que a coisa seja por aí.
O jornalismo musical brasileiro é uma completa porcaria. O Junior reclama muito dos críticos de cinema, mas estes são muito mais preparados dos que os do meio musical. Então para fazer igual a esses caras eu prefiro ficar só aqui no blog mesmo. Somado a isso tem uma característica minha que dificulta uma incursão nesse terreno, já que sou um cara muito direto com os objetos do jornalismo e o jornalismo cultural requer uma sensibilidade que não possuo.

Catarina: Eu discordo dessa ultima afirmação mas tudo bem.

Neto: Tu sempre foi um vascaíno muito ativo. Naquele tempo que a gente estudava junto tu enfrentava aquela maioria Flamenguista toda e ainda ganhava um monte de vezes, mas desde que o Vasco deu uma caída a partir de 2001 tu se afastou e nem mais assistia aos jogos do time. Entretanto de uns tempos para cá tu voltou a tua militância cruzmaltina, como é que isso?

Pedro: Cara o Vasco é o time mais bonito do Brasil. São quase 111 anos de uma história invejável, foi o primeiro o time a aceitar negros em sua equipe principal; construiu seu estádio com doações de seus torcedores e isso aconteceu ainda na segunda década do século passado. Estádio esse que ficou sendo o maior da America Latina por quase 20 anos. Então, somado ao que já falei, sou vascaíno graças a duas coisas: a influência de meus primos que são em sua maioria vascaínos e segundo por causa da camisa que sempre achei muito bonita. Respondendo a pergunta de forma mais direta, eu me afastei do time por causa do Eurico Miranda que dilapidou meu clube e ainda associou sua imagem mafiosa, inescrupulosa e arrogante à do clube. De 2001 até o ano passado tudo foi catástrofe em São Januário. Então o que me aproximou foi a eleição do Roberto Dinamite, ídolo máximo do clube, a presidência e por fim o trágico rebaixamento do time a segunda divisão. Pauta até de um texto meu aqui nesse blog.

E essa reaproximação foi muito boa e percebo até que esse efeito não foi somente em mim, como em milhões de outros vascaínos que estavam mais quietos. De toda forma tenho certeza que esse ano o Vasco da Gama ainda vai dar muitas alegrias a sua torcida.

Ivo: Pedrão e quais textos aqui do blog são os teus preferidos??

Pedro: Cara, gosto muito daquele que escrevi assim que cheguei do casamento do Daniel, ele é muito sincero; apesar de mal escrito eu também me grado do texto que escrevi falando das bandas mais importantes da minha vida; outro que me lembro com felicidade é o Besteiras Parte1, minha intenção era até fazer uma série naquele molde, mas infelizmente não consegui. É uma coisa que ainda vou tentar retornar, já que adoraria escrever da forma mais simples intuitiva possível.

Assim de bate pronto é difícil de responder, mas me lembrei daquele pequeno conto sobre uma conversa imaginária que tive com uma mulher em um ônibus. Gosto bastante dele.

Um que sempre releio é aquele escrito sobre o Mikael. Um troço que foi muito doloroso de fazer, mas gosto demais dele. Acho que consegui expressar uma parte da minha tristeza com sua morte....

Estava falando dos que mais gosto, mas acho que talvez o mais bem escrito tenha sido aquele sobre os Malvados, aquela tirinha cretina de um cara chamado André Dahmer. Ele até me mandou um e-mail elogiando o texto. “Ora, ora... um blogueiro que escreve bem”, disse ele.

Ivo, apesar de eu ter uma série de ressalvas às minhas palavras, no fim eu acabo gostando do que produzo. Outro que considero bem escrito é o Sobre Novelas, que é uma reflexão sobre como esse produto trata a realidade. Um que é bem pessoal é aquele falando sobre o show da Alanis. Mais recentemente gosto do Vontade só no corpo todo, que versa sobre show do Radiohead no Brasil e finalmente, o Prólogo do Fim. Acho que seria mais ou menos essa a minha lista.

No próximo capítulo: Relacionamento e loucura feminina em pauta.

domingo, 26 de abril de 2009

Resposta

“Pedro, tu já escutou uma versão que uma banda aí que fez da música do Roberto Carlos? Aquela é proibido fumar?”. Foi com essa pergunta de minha irmã que começou minha história junto a do Skank por volta de 1996, salvo engano.

Depois disso muita coisa rolou e essa banda por muito tempo esteve no primeiro plano da minha admiração. No começo dividia essa responsabilidade com meu irmão que muito gostava do som meio Ska, meio pop, meio mineiro do grupo. Acho que ganhei o Calango (Segundo cd da banda) do Junior ou da Marcília. Não Lembro.

Não esqueço é de escutar o disco do início ao fim cantado a todas as músicas. Desde então sou uma grande fã desses caras. Com o terceiro cd, Samba Paconé(aquele de Garota Nacional, Tão Seu e outras), que eu não possuo, a paixão se tornou mais forte o que resultava e audição constante na rádio e por fim na gravação de um k7 do cd do Danúbio. Ainda hoje tenho a fita, na verdade sou dono de mais de 60 k7s.

Lembrei-me também de escutar essas e outras coisas e não poder comentar com ninguém por que nenhum outro colega ou amigo meu curtia a mesma coisa. Era chato, mas o som continuava tocando.

Já na oitava série o Skank lançou um cd, não lembro o nome, que tinha Resposta. Uma balada perfeita, linda e poética que tirou meu sono. Naquele tempo me apaixonei pela primeira vez. O começo do aprendizado.

Acompanhei de perto o grupo mineiro até Siderado(Lembrei, esse é o cd de resposta) e Ao vivo em Ouro Preto. Desde então afastei-me persuadido por outros sons mais promissores e dissuadido pelo caminho que Samuel Rosa trilhara.

Engraçado que foi preciso o show para saber que as músicas dessa banda permearam boa parte da minha vida até passado recente. Coisa que não tinha consciência. Em meio ao show e depois de muitas doses de mais de 4 graus Gay Lussac, senti-me bem. Pulei cantei, gritei, bebi, pensei, lembrei e fechei os olhos cantando Ainda Gosto Dela. O momento mais bonito da noite, pelo menos na minha humilde opinião.

Meus companheiros de show foram excelentes. Catarina, Hérlon e Wilton me deixaram mais feliz com suas presenças. Um grupo heterogêneo que deu certo.

Em certo momento me lembrei de Yellow do Coldplay.....

Aqui me despeço com sono, vontades e ainda com a certeza de que as vezes sou uma pessoa estranha por não me permitir sentir certas coisas.

Obs.: Texto escrito ao som de Untitled (Interpol); Yellow e Lost (Coldplay);e Swingin(Tom Petty & Heartbreakers).

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Reggae é melhor


Pode dar certo um reggaeiro judeu que mistura o velho Marley com aqueles cantores religiosos de Israel e que junto a isso ainda canta em ritmo do hip-hip? Eu diria que no mínimo ficaria estranho, mas no caso de MATISYAHU o adjetivo estranho ficou em último plano e som tomou conta do resto.

Matthew Paul Miller é o americano em questão. Um cara que já conquistou milhões de fãs por todo mundo e até já tocou no festival de verão de Salvador. Até hoje um ilustre desconhecido para este que escreve. Muito bem vindo o som desse rapaz, já que há tempos queria uma coisa nova no reggae. Verdade seja dita, ele não é tão novidade assim, minha ignorância é que grande visto que seu ultimo cd data de 2006. Agradeço a meu chegado Marco Freitas, competente jornalista e grande figura, por me apresentar Mr. Matisyahu.

Ainda não escutei todo seu repertório mas a tirar pela dúzia e meia de canções percebidas, posso dizer que é reggae da melhor qualidade. A banda tem um som único, puxada principalmente pelo ritmo e voz de Matisyahu e a ótima guitarra(e bote ótima nisso) de Aaron Dugan.

Pelo que li, as letras versão sobre questões humanas e ensinamentos judeus. Mas levando em conta as matérias que estudei ninguém liga muito se ele fala sobre religião ou não. Li críticas dando conta o rapaz leva sua mensagem com tanta honestidade que as pessoas acabam até gostando.

Transcrevo aqui as palavras que li em uma matéria:
“Ele nasceu e cresceu nas ruas dos Estados Unidos, como um garoto pobre comum, onde recebeu influências da cultura músical urbana e aprendeu a fazer rap e reggae , no final da adolescência viajou para Israel, onde retornou às suas raízes, resolvendo seguir a religião judaica.

Ao invés de abandonar os estilos musicais que gostava na adolescência, ele começou a usá-los para pregar sua crença e esperança em Javé. Hoje ele faz reggae com forte influências do rap e letras profundamente espirituais”.

Minha mensagem é: se você gosta de reggae, muito possivelmente vá gostar do som do cara. Como de costume, já escutei Jerusalém e King Without A Crown incontáveis vezes. Dica: baixe o cd: Youth.

Paz para todos.



Isso quer dizer o que?

É como disse, bicho estranho é gente.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Capital de risco.....

Como algo que chega sem aviso,
Dos olhos verdes veio a promessa.
Desconfiança e incredubilidade são a resposta.

Coisas caras, gente que tem dinheiro em meio a música regional
“Oi, tudo bom?”, pergunto enfim.
“Bom”, responde(?) a moça.

Convesa
Acepção: Troca de palavras, de idéias entre duas ou mais pessoas sobre assunto vago ou específico; colóquio, conversação.

Como diabo é que se vai entender pessoas......
E olha que não quero dar uma de House não.......
Mas queria entender algumas coisas.

Monólogo:
Acepções:
1 Rubrica: teatro.
cena de peça em que o ator, achando-se só, fala consigo mesmo ou se dirige ao público, expressando seus pensamentos, as lutas interiores do seu espírito etc.
2 Rubrica: teatro.
peça escrita para um único personagem; monodrama
3 ato de falar consigo próprio; solilóquio

Cerveja acabou cedo e incólume permaneço. “Tchau”.......
Um reencontro de amigos antigos. Conversinha boa, confidências, maldades, velhos e novos tempos discutidos e uma reafirmação de apreço mútuo.

Esse saldo é bem melhor

Ps.: Acepções pesquisadas no Dicionário Online Houaiss.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Me desculpe, Pearl Jam.... e seja bem vindo

Oh yeah...
Ive seen the light

Espera aí…….

Pronto, já abaixei o som. Agora já dá pra escrever.

Toda lista é injusta, idiota, tendenciosa, esquecida e pessoal. Claro que tantos adjetivos ruins estão juntos apenas pelo amor que dedicamos as coisas que gostamos. Pelo menos é assim comigo em relação às benditas listas. A última que li, por exemplo, não colocava Richie Sambora entre os 100 melhores guitarristas de todos os tempos e ainda situou Cobain a frente de caras como Slash, Eddie Van Halen(MEU DEUS)) e Jeff Beck. Coisa idiota não é?

Mas o fato é que em 14 de julho do ano passado listei, aqui neste mesmo espaço que falo de algumas coisas, as bandas mais importantes da minha vida. Tendo o esquecimento como uma das características, my list cometeu o pecado de excluir um dos grupos mais maravilhosos que já existiu. O Pearl Jam.

Engraçado (parte1) que pouco vinha escutando o som desses caras que conheço desde1997 ou 98, apesar de ter comprado uma caixa com 7 cds ao vivo em dezembro. Mais engraçado (parte 2) que quem puxou a banda de Seattle de volta ao primeiro plano do meu coração foi uma música deles que não conhecia: Unemployble.

Uma coisinha de apenas três minutos. Despretensiosa, simples, rápida e direta tanto em sua letra quanto no próprio som. Já devo ter escutado umas duas mil vezes, visto que já são mais de duas horas ininterruptas de Unemployble. Exatamente do jeito que gosto. Nem perto de uma obra-prima, mas maravilhosa em sua simplicidade.

Mais engraçado ainda (parte 3) é que adorei a letra. Eddie Vedder fala de um cara casado, com esposa, filho e afogado em dívidas. O mesmo cara está em crise, desesperado e com medo da vida. Em certo momento Vedder canta Thinkin if he cant sleep, how will he ever dream (Pensando se ele não conseguir dormir, como ele poderá sonhar? Em tradução mais do que livre[Me perdoa Julie]). Adorei.

Tá escutando???

Não?

Pois ta tocando de novo.....rsssss

“Ive seen the light
Ohh ohh ohhh... Ohh ohh ohhhh...
Im scared of life”
, canta o pobre Pedro desafinada e contente.

É verdade que a canção fala ainda em medo de vida, proximidade da morte e nascimento para o ódio. Essa parte não casa comigo não, mas nem por isso a porra da música deixa de ser tão boa.

Epílogo

Minha escrita é errática. As vezes ela vem e em outras some. Em meio ao escrivunhar deste testículo fui convocado a ações caseiras. Pensei: “mais um texto começado e esquecido”. E de fato assim pareceu no retorno ao teclado, mas ai aconteceu uma coisa. Unemployble começou a tocar...................

Hes got a big gold ring which says "Jesus saves"
And its dented from the punch thrown at work that day
Where he smashed a metal locker where he kept his things
After the big boss said youd best be on your way, começa lindamente o desgraçado (ou escroto como prefere o povo de Brasília) do Vedder.

A vontade de bater nas teclinhas só não foi maior do que a de cantar e escutar a cretina da música. Não sei, mas this song tem alguma coisa de feminina. Deve ter mesmo, só assim para ser tão sedutora, meio louca, ríspida e maravilhosa.

É, deve ter mesmo.

……“Ive seen the light”…..

Pearl Jam
Unemployable

Hes got a big gold ring which says "Jesus saves"
And its dented from the punch thrown at work that day
Where he smashed a metal locker where he kept his things
After the big boss said youd best be on your way

Oh yeah...
So this life is sacrifice
Oh yeah...
Jumping trains just to survive

Well his wife and kids asleep but hes still awake
On his brain weighs the curse of thirty bills unpaid
Gets up, lights a cigarette hes grown to hate
Thinkin if he cant sleep, how will he ever dream

Yeah...
So this life is sacrifice
Oh yeah...
To a strangers bottom line
Oh yeah...
Ive seen the light
Ohh ohh ohhh... Ohh ohh ohhhh...
Im scared of life
Near to death
Ohh ohh ohhh... Ohh ohh ohhhh...
Ive seen the light
Scared of life

Yeah...
So this life is sacrifice
Oh yeah...
Was a dream that had to die
Oh yeah...
Ive seen the light
Ohh ohh ohhh... Ohh ohh ohhhh...
And Im scared of life
Near to death
Ohh ohh ohhh... Ohh ohh ohhhh...
Ive seen the light
Scared of life
Ohh ohh ohhh... Ohhhhhh Ohhh..
And Im near to death
Here to die
Scared of life
Near to death
Here to die.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Afasta de mim.......

Aprendi a deixar de ler textos ou assistir filmes começados com Win Wenders. Em entrevista ao documentário Janela da Alma o cineasta alemão afirma que toma tais decisões quando percebe que ele não precisa daquilo na sua vida. Isso para mim foi muito importante.

Antes disso eu tinha que decidir de antemão se iria ou não começar esse ou aquele livro ou filme. Por conta de Excalibur, me lembro de dormir perto das duas da manhã. E nessa época eu devia fazer a terceira série. Uma coisa louca para quem acordaria à 5:50 para ir ao colégio.

Tudo isso pra dizer que em um certo momento, já faz alguns anos, decidi que não mais leria o colunista Diogo Mainardi. Estava muito claro que aquilo não me acrescentaria em absolutamente porra nenhuma. Via aquilo como algo tão baixo que me fez sentir até um repulsa por seus textos. Algo raro em mim.

Entretanto sempre me perguntava se aquela era uma decisão acertada. O argumento é de que deveria lê-lo para ter ciência, certeza de minha decisão e até mesmo para poder criticá-lo com mais propriedade.

Único como de fato é, Mainardi sempre me ajudou nessa decisão. Sua verve é de tal modo ridícula que acaba facilitando meu serviço. Derradeiro exemplo de suas palavras é o texto publicado no último número de Veja(nº 2108, com data de capa de 15/04/2009).

O texto é dedicado a seu personagem preferido, o presidente Lula. Entre outras coisas o colunista compara a redução do IPI no cimento brasileiro com o déficit público americano.......

No mínimo estranho, mas o pior(melhor?) ainda estava por vir:

"No Brasil, ao contrário, o corte do IPI do cimento ajudará, indiretamente, uma indústria próspera: a do comércio de drogas. Em primeiro lugar, estimulando o crescimento das favelas. Encasteladas nos morros, elas correspondem, para os traficantes, às fortalezas medievais: Comando Vermelho e William Shakespeare. Em segundo lugar, subsidiando a cocaína. Algumas semanas atrás, o Globo mostrou que os traficantes da Rocinha (o rei do tráfico – o Henrique IV da Rocinha – é conhecido como Nem) misturam cimento à cocaína. O que fez o governo? Zerou o IPI da cocaína por três meses, garantindo uma economia de 40 centavos a cada 25 quilos. Isso sim é uma medida anticíclica", escreveu Mainardi.

...

Pelo amor de Deus...................

Ao ler tal coisa primeiro fiquei bobo para logo depois cair na gargalhada. Entendem por que não leio esse cara?

Acho até que ele queria fazer humor, mas não vi a mínima graça. Sorri de sua imbecilidade e não porque tenha sido hilário. E olha que nem cheguei ao ponto do Luiz Antonio Magalhães, articulista do Observatório da Imprensa, que em seu texto Cimento, cocaína e um colunista ensandecido afirma que “Em menos de dez linhas, Mainardi reforça as idéias de que quem mora na favela é traficante, de que é preciso conter o crescimento das favelas e o de que o problema do tráfico de droga está no traficante, e não na sociedade”. Andei nem perto disso, achei apenas uma idiotice.

Agradeço ao Junior por me indicar aquele documentário, senão teria que agüentar aquilo toda semana.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Jogadas palavras

Dizer o que e pra quem?
Parnaíba cheio, Amarante parada e video game na semana santa
Muitos primos, mas nenhum meu.

Direito administrativo me chama mas me faço de díficil e disfarço.
Olho edital vejo o salário e sonho.
Trabalho antes e congratulação depois, já dizia meu amigo Wilton.

"Cara, são privações que vc tem q passar agora para não ser obrigado depois", ensina ele em tom professoral. Ahhhhhhh meu amigo como queria q isso fosse tão fácil e prazeroso como conversar com vc. Caso desse jeito procedese com certeza mais contente estaria e toda as noite as horas não se arrastariam de forma doída.

Ficam sempre minhas caixinhas a me consolar. Nelas tocam Tom Petty com sua voz rouca, Pj Harvey com sua melancolia bela e o Interpol com o delírio consciente. De alguma forma essas coisas me confortam. Isso é fato.

Continuo aqui com saudade de gente que não conheço, com sede do que bebi e lembrando do som mar. Intermitente e belo.

Saudade do meu irmão tb. Com ele a casa é mais alegre e, como minha irmã disse, temos conversas que so entre a gente acontece.

Saudade de mim.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

85 anos da resposta histórica

Muitas historias permeiam os mais de 110 anos de existência do Vasco da Gama, mas sem dúvida alguma a mais incrível é a chamada Resposta Histórica que o time da colina dá à Amea (Associação Metropolitana de Esportes Atléticos) fundada pelos times mais influentes do inicio da década de 20 no Rio de Janeiro(Flamengo, Fluminese e Botafogo entre eles). A tal liga proibia que negros, pobres ou nordestinos jogassem futebol no profissional.

Em São Januário surgiu a primeira reação contra o racismo no futebol, a "Resposta Histórica", que no ultimo dia 7 de abril completou 85 anos.

A Resposta foi enviada à liga como forma de recusa à exigência da Amea. O Vasco, então, se manteve na enfraquecida LMDT (Liga Metropolitana de Desportos Terrestres) e se sagrou campeão com 16 vitórias em 16 jogos. No ano seguinte, o clube da Colina foi admitido na Amea com os jogadores cujo talento dentro de campo estava em primeiro lugar. Dessa forma o cruzmaltino teve o primeiro time misto do Brasil.

Uma reprodução do documento está exposto na Sala de Troféus de São Januário. Acima, um lembrete: "Sem o Vasco, o futebol brasileiro não teria conhecido Pelé".

Confira a íntegra do documento:

Rio de Janeiro, 7 de Abril de 1924.
Ofício nr. 261
Exmo. Sr. Dr. Arnaldo Guinle
M.D. Presidente da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos

As resoluções divulgadas hoje pela imprensa, tomadas em reunião de ontem pelos altos poderes da Associação a que V.Exa tão dignamente preside, colocam o Club de Regatas Vasco da Gama numa tal situação de inferioridade, que absolutamente não pode ser justificada nem pela deficiência do nosso campo, nem pela simplicidade da nossa sede, nem pela condição modesta de grande número dos nossos associados.

Os privilégios concedidos aos cinco clubes fundadores da AMEA e a forma por que será exercido o direito de discussão e voto, e feitas as futuras classificações, obrigam-nos a lavrar o nosso protesto contra as citadas resoluções.

Quanto à condição de eliminarmos doze (12) dos nossos jogadores das nossas equipes, resolve por unanimidade a diretoria do Club de Regatas Vasco da Gama não a dever aceitar, por não se conformar com o processo por que foi feita a investigação das posições sociais desses nossos consócios, investigações levadas a um tribunal onde não tiveram nem representação nem defesa.

Estamos certos que V.Exa. será o primeiro a reconhecer que seria um ato pouco digno da nossa parte sacrificar ao desejo de filiar-se à AMEA alguns dos que lutaram para que tivéssemos entre outras vitórias a do campeonato de futebol da cidade do Rio de Janeiro de 1923.

São esses doze jogadores jovens, quase todos brasileiros, no começo de sua carreira e o ato público que os pode macular nunca será praticado com a solidariedade dos que dirigem a casa que os acolheu, nem sob o pavilhão que eles, com tanta galhardia, cobriram de glórias.

Nestes termos, sentimos ter que comunicar a V.Exa. que desistimos de fazer parte da AMEA.

Queira V.Exa. aceitar os protestos de consideração e estima de quem tem a honra de se subscrever, de V.Exa. At. Vnr. Obrigado
(a) Dr. José Augusto Prestes
Presidente

O sentimento não pode parar!

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Sacrifício não recompensado

A ginasta Jade Barbosa, atleta que já conquistou medalhas em campeonatos mundiais, pan-americanos e foi finalista olímpica, não recebe seu salário do Clube Flamengo há mais de um ano. Jade tem uma lesão rara no punho que vem atacando-a desde as olimpíadas. Sem patrocinador a atleta acabou de lançar uma promoção em seu site para vendas de camisas com o objetivo de pagar seu tratamento.

Essa mocinha de menos de um metro e meio é uma atleta de alto rendimento que saiu de casa aos 12 anos para se dedicar exclusivamente aos treinamentos da ginástica olímpica.

Hoje ela e todos os que formaram a equipe olímpica estão abandonados.

A coisa é tão feia no esporte brasileiro que alguns medalhistas olímpicos desabafaram ao descer do pódio, uma delas foi Natália Falavigna do taekwondo.

Me pergunto como isso pode acontecer com uma atleta como Jade Barbosa? Ela não é uma promessa, compreendo o receio do patrocinador com um atleta jovem que não se sabe o futuro certo, mas Jade é uma ginasta consolidada e respeitada. Não só ela como muito outros.

Até bem pouco tempo a jogadora Cristiane da seleção brasileira de futebol estava sem clube. Ela foi escolhida uma das melhores atacantes do mundo, mas estava parada!!!!!! O pugilista Popó ficou um enorme tempo sem patrocínio e olhe que ele era campeão mundial da categoria dele.
O pior é que tenho certeza de que essa dificuldade é de todas as modalidades esportivas que são praticadas nesse país estranho.

Eu realmente não entendo essas coisas.

Caso alguém queira ajudar a Jade, o endereço do site dela é o www.jadebarbosa.com.br

Diogo Silva, que conquistou um inédito quarto lugar na Olimpíada de Atenas, aproveitou a luta final para fazer um protesto contra a falta de apoio ao taekwondo no país. Ele entrou na luta com uma luva preta dos Black Panthers (Panteras Negras, movimento de militantes negros norte-americanos no final da década de 60), que o juiz o fez tirar. "É uma luva dos Black Panthers, um sinal de protesto, da indignação. Por mais que a gente batalhe, nosso sacrifício não é recompensado", disse Diogo.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Abraço bom......