Sempre tive restrições com redes sociais e isso vem desde o
Flogão (sim, eu considero aquilo uma rede social), passando pelo Orkut e
chegando até o twitter e facebook. Sempre tive uma atuação discreta por onde
passei, mas por conta do meu trabalho decidi que deveria fazer um twitter e
atuar com mais força nele e no face.
No começo foi difícil, mas depois deslanchei. O pulo veio
com os protestos dos estudantes contra o aumento da passagem de ônibus, quando cavei
minha trincheira apoiando o movimento. Ajudei a divulgar horários de protesto,
discuti com detratores das manifestações, compartilhei informações e fiz a maior zuada que consegui. Foi um período em que me expus muito,
mas não me arrependo.
Conheci muitas pessoas e a interação e troca de ideias durante
esse período foi muito prolifica. Me redescobri como jornalista e me deixei
muito claro o que faria ou não para minha felicidade e sucesso profissional.
Entendi o twitter e o face como áreas de discussão onde eu
poderia dialogar com várias pessoas de opiniões diferentes podendo testar
meu ponto em várias oportunidades. Um local como esse é o oásis que todo fã de quadrinhos,
música e cinema sonhou. Somos órfãos e nos abraçamos com o primeiro que tenha experiências em comum. Foi assim que me tornei amigo
de grandes irmãos como o Hermes Coelho(quadrinho) e Erick Coelho (música).
Fiquei quase deslumbrado, não com a liberdade de expressão,
mas com a possibilidade de interação.
Entendi tudo errado.
Tal qual na no mundo físico, as pessoas do virtual não
gostam de serem questionadas sobre seus gostos, preferencias e posicionamentos.
Pensei ter achado um lugar onde o contraditório não seria visto com ojeriza e
entendido como uma coisa a ser pensada e respondida, concordando ou discordando
do anúncio.
Além de não gostarem do diferente, levam seu pensamento para
o lado pessoal da coisa. “Fulano é um idiota, tu viu como ele falou mal de
filme tal”. Poderia ser um filme, banda, livro, candidato, personalidade e os
cambau. Fulano não chega na minha timeline e diz q discorda por isso, aquilo e
aquilo outro. Não. Prefere dizer que sou imbecil. É mais fácil.
Apanhei um bocado até entender isso, sou lento.
Hoje, começo um caminho inverso ao do ano passado, quando me
aproximei desse mundo. Começo a me afastar desse ideal que criei e me
posicionar com mais cautela e praticidade. Dada a natureza da minha profissão,
não acho que possa sumir desse mapa, mas me é possibilitada a chance de um
recuo.
Não encaro com derrota, no máximo uma frustração.
Tenho planos melhores e mais ambiciosos. Siribolo está
chegando e tenho que cuidar bem do novo filho. Enquanto ele não nasce, fico ao largo do embate, fazendo como todos fazem: com os dentes a mostra e a língua trancada.