segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sem laureio

Amigo, a explosão está próxima. É tudo toda hora ao mesmo tempo, sem intervalos ou laureio algum. É faca embaixo da unha micrômetro a micrômetro, sempre. Só! Só! Só! Sozinho! Sem amigo para dar braço, sensível a flor murcha da pele queimada. Uma desgraça.

Pequeno, pequenininho.... sem viço, sem quem dê viço.

Só Arhur, só Arthur, só ele, só ele....só ele.

Surprise, sometimes, will come around....
...
...

I'll come around when you're down...


Só Interpol para acalmar... não! Para entorpecer, essa é minha droga.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sorriso!



Imagem maravilhosa captada pela Glenda Uchôa no Centro Integrado de Reabilitação.

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Memórias do tempo de uma revista


Garoto de 14 anos conhecendo suas primeiras bandas de rock, sem ninguém com gosto parecido na escola e morando na distante e forrozeira Teresina. Essa é uma breve descrição da minha pessoa em 1997, ano em que comprei a minha primeira Bizz.

A revista fomentava a curiosidade dos leitores a novos sons, disse o crítico musical Regis Tadeu, e foi exatamente isso que ela fez comigo. Terminava de ler a Bizz e saia correndo para a minha lentíssima internet discada na tentativa de baixar pelo menos duas músicas por noite. Ainda hoje lembro com alegria da madrugada em que consegui baixar seis músicas. Detalhe, todas indicações da revista. Deixava de lanchar no colégio para comprar pelo menos um cd por mês, isso já perto do primeiro fim da revista.

Lembro da tristeza de procurar a BIZZ e não mais vê-la na banca. Curti meu luto escutando rock e pensando na vida. Se fosse hoje teria bebido todas, mas à época eu nem triscava em álcool. A vida seguiu e aos poucos a web foi preenchendo o espaço deixado pela publicação.

Foi com essas e muitas outras memórias que assisti o curta documentário BIZZ – Jornalismo, causos e Rock And Roll. Um haikai do Marcelo Costa e Almir Santos para a finada revista.

Vale a pena.


sábado, 18 de agosto de 2012

Vive passando


Da vida, só sabe quem vive
quem luta e enfrenta.
O infortúnio não precisa de licença para entrar
Imagina quem quem lhe encontra, acaricia e diz: "sinta-se em casa"

Quem muito reclama não vive
passa!

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Todos iguais!

Neguinho espumando pela condenação de José Dirceu e companhia. Galerinha do PSDB já compra os rojões e prepara o discurso de como lutaram para que isso (PT) não acontecesse ao Brasil. Patético.
Dirceu pode, e deve, ser condenado e a política brasileira ficará limpa e clara como o meio dia teresinense, não é?

Bulhufas! Ontem foi o anões do orçamento, hoje é o mensalão. A política daqui não serve e o povo segue sorrindo dos discursos do Mão Santa e acreditando que o Fernando Henrique Cardoso foi um grande presidente.

Como disse André Forastieri "eleger Dirceu para arquivilão, em um País que tem José Sarney e Fernando Collor soltos e apitando no Senado, é injusto. Dois erros não fazem um acerto, sei. Pior é usar dois pesos e duas medidas". Ele ainda esqueceu do Maluf...

Em país de povo cego, a justiça é interesseira.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Contraditório é pecado


Sempre tive restrições com redes sociais e isso vem desde o Flogão (sim, eu considero aquilo uma rede social), passando pelo Orkut e chegando até o twitter e facebook. Sempre tive uma atuação discreta por onde passei, mas por conta do meu trabalho decidi que deveria fazer um twitter e atuar com mais força nele e no face.

No começo foi difícil, mas depois deslanchei. O pulo veio com os protestos dos estudantes contra o aumento da passagem de ônibus, quando cavei minha trincheira apoiando o movimento. Ajudei a divulgar horários de protesto, discuti com detratores das manifestações, compartilhei informações e fiz a maior zuada que consegui. Foi um período em que me expus muito, mas não me arrependo.

Conheci muitas pessoas e a interação e troca de ideias durante esse período foi muito prolifica. Me redescobri como jornalista e me deixei muito claro o que faria ou não para minha felicidade e sucesso profissional.

Entendi o twitter e o face como áreas de discussão onde eu poderia dialogar com várias pessoas de opiniões diferentes podendo testar meu ponto em várias oportunidades. Um local como esse é o oásis que todo fã de quadrinhos, música e cinema sonhou. Somos órfãos e nos abraçamos com o primeiro que tenha experiências em comum. Foi assim que me tornei amigo de grandes irmãos como o Hermes Coelho(quadrinho) e Erick Coelho (música).

Fiquei quase deslumbrado, não com a liberdade de expressão, mas com a possibilidade de interação.

Entendi tudo errado.

Tal qual na no mundo físico, as pessoas do virtual não gostam de serem questionadas sobre seus gostos, preferencias e posicionamentos. Pensei ter achado um lugar onde o contraditório não seria visto com ojeriza e entendido como uma coisa a ser pensada e respondida, concordando ou discordando do anúncio.
Além de não gostarem do diferente, levam seu pensamento para o lado pessoal da coisa. “Fulano é um idiota, tu viu como ele falou mal de filme tal”. Poderia ser um filme, banda, livro, candidato, personalidade e os cambau. Fulano não chega na minha timeline e diz q discorda por isso, aquilo e aquilo outro. Não. Prefere dizer que sou imbecil. É mais fácil.

Apanhei um bocado até entender isso, sou lento.

Hoje, começo um caminho inverso ao do ano passado, quando me aproximei desse mundo. Começo a me afastar desse ideal que criei e me posicionar com mais cautela e praticidade. Dada a natureza da minha profissão, não acho que possa sumir desse mapa, mas me é possibilitada a chance de um recuo.
Não encaro com derrota, no máximo uma frustração.

Tenho planos melhores e mais ambiciosos. Siribolo está chegando e tenho que cuidar bem do novo filho. Enquanto ele não nasce, fico ao largo do embate, fazendo como todos fazem: com os dentes a mostra e a língua trancada.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Legião Urbana, palmas e a crítica

De um lado os fãs que choraram e se emocionaram com o tributo a Legião Urbana com Wagner Moura no vocal. Do outro, os críticos que detestaram a ideia de um ator que não sabe cantar, fazendo um show tributo junto com dois terços do grupo original. “Se isso não é constrangedor, não sei o que é”, rasgou, como de costume, o bom e velho André Foastieri.

Fiquei dividido com a questão. Seria válida a apresentação pelos 30 anos da banda ou a empreitada não passa de mero orgulho dos remanescentes querendo reviver, por duas noites, os momentos áureos de suas vidas? Indaguei-me inutilmente.

O certo é que houve uma gritaria nas redes sociais. A maioria se emocionando com o reviver canhestro da maior banda de rock brasileira e até gostando de Wagner Moura, talvez o cara mais cool do Brasil, no papel de Renato Russo.

Fugindo um pouco se foi legal ou não essa união, o que fica claro é a carência de um público avido por novidades pujantes, que o faça esquecer um pouco esse passado, hoje lustrado e decantado, e o deixe viver sua própria onda ao invés de ficar babando pelo arremedo do que um dia foi a Legião Urbana.

Eu pensei que isso acontecesse apenas aqui em Teresina, mas percebe-se que o país inteiro está nessa. Ficamos de olhos fechados cantando as canções de bandas mortas como Legião e Los Hermanos enquanto não aparece ninguém para reivindicar nossos corações.

“Kenneth Tynan, uma vez esculhambou um filme de Michelangelo Antonioni assim: ‘Nove décimos do trabalho do crítico é demolir o ruim para abrir caminho para o bom. Antonioni está bloqueando a rua’”. Texto de Forastieri citando Tynan.

Indiferente à crítica, Wagner cantou (missão dada é missão cumprida, diria o Capitão Nascimento) e desafinou em todas as música, mas foi aplaudido pelas 7 mil pessoas que estavam no Espaço das Américas em São Paulo. Muitos disseram que seu carisma compensou a voz, ou a falta dela. Outros como Tonhão Borracha e André Barcinski, disseram que viram cinco minutos do show e não conseguiram mais dormir.

Quem tem razão? Ninguém! Ou os dois! Só depende de qual lado você esteja. Fã tem que amar mesmo, cantar a plenos pulmões mesmo, se emocionar quando o frontman interpreta a canção da sua vida e pedir bis depois do boa noite. Já a crítica tem que criticar, tem que te mostrar um lado pessoal que poucos veriam; tem que interpretar com afinco, coragem e sempre fugir do muro. Tem que dar a cara para bater, afinal crítico indeciso não serve!

Tenho certeza que me emocionaria no show tributo. Cantaria até ficar rouco, como sempre faço, e iria com um sorriso enorme para casa. Faria isso sim, mas desbloqueando a rua na volta e desejando que deixassem Renato e a Legião em paz.