Em um jogo que já entrou para a história do futebol mundial, o Flamengo venceu o Santos em plena Vila Belmiro, isso depois de estar perdendo por 3 a 0. Foi uma vitória épica contra um grande time.
Para mim, uma coisa ficou clara, não tenho quase mais nenhum saco para picuinhas de futebol e frasinhas bobas, de efeito ditas por comentaristas de ocasião. No dia seguinte ao jogo, entrei de cabeça nessa modalidade boba de chacota. Discuti com “N” flamenguista, li “N x 2” bobagens e falei um sem número também. Aproveitamento igual a zero.
Não dá, meus amigos me acostumaram mal, já que assistimos jogos juntos sempre com comentários inteligentes e boas sacadas sobre futebol. Andamos longe de concordarmos entre si, mas o nível é tão bom que sempre pegamos os argumentos uns dos outros. Foi isso que me fez ler tanto sobre futebol: a vontade de saber ainda mais, de entender e de, acima de tudo, enxergar o que poucos vêem.
É isso que fazem Juca Koufi, Palou Vinícuis Coelho, Maior César Perreira e principalmente Tostão.
Tostão é absolutamente o melhor comentarista de futebol do Brasil, quem sabe do mundo. Sua consciência é absurda e incrivelmente bem dita.
Pois é, são esses caras que miro. Não tenho mais paciência para uma hora de baboseira em meio a sala alheia. "Flamengo tem 6 títulos o Vasco quantos?" Não dá, não dá, não dá.
Não quero com isso dizer que esse tipo de prática seja inferior, não não. Apenas digo que eu não quero mais fazer parte disso. O auge do meu da minha performance nesse jogo foi quando eu fazia a oitava série. Ano em que o Vasco ganhou a Libertadores, ou seja, abusei justamente na melhor fase do meu time.
Não é que eu e meus amigos sejamos um bando de sisudos com canetas na mão assistindo e tomando nota do que acontece no jogo. Nada mais longe da verdade. Bebemos cerveja, xigamos, gritamos, mandamos o jogador, o juiz e o técnico a puta que pariu etc.
A diferença é que nossos comentários são construtivos, inteligentes e boleiros. Não é coisa de técnico não.
Durante o jogo na vila, senti muita falta do Wilton, Gustavo, Antônio Neto(todos flamenguistas), Robstein e Rigoberto. Queria ter oportunidade de assistir alguns jogos ao lado do Flávio Meirelles, que sempre diz coisas interessantes sobre futebol no twitter.
Pode parecer o lamento de um cara chato, mas acho que é a defesa de um estilo que não abre mão da alegria, espontaneidade e inteligencia. Tudo isso, mas sem ser chato.
O Jogo
O jogo foi excelente, com atuações destacadas de Neymar e Ronaldinho, muitos gols e belos lances. Gostei pq foi uma partida em que os dois times não abriram mão de jogar o seu estilo, de ir para cima. Entretanto, não vi ninguém dizendo que a marcação, dos dois lados, foi pífia. Dos 4 volantes em campo, apenas Arouca apresentou um bom futebol, mas apenas até os 30 primeiros minutos. Depois, sumiu junto com Ibson, Willians e Luiz Antônio.
A urubuzada enaltece o lateral Leonardo Moura, que deixou uma verdadeira avenida na lateral direita do Flamengo. Neymar deitou, rolou, brincou e se esbaldou por lá. O Gaúcho jogou tudo o que podia em meio a inoperância dos volantes santistas e a zaga confusa. Mérito dele.
Se o Rica Perrone lesse esse texto diria, "lá vem mais um pragmático querer acabar com o futebol". Bobagens das grossas, afinal marcar não pressupõe abrir mão do bom futebol. O maior exemplo é o Barcelona. Ninguém no mundo marca como eles, assim como ninguém tem seu toque de bola e tudo mais.
Não gosto de Muricy com seu jogo de resultados e nada de futebol. O São Paulo foi tri-campeão brasileiro em três anos. Hoje só se fala nos títulos e não que aquele era um grande time e isso só tende a piorar nos próximos anos.
Voltando ao jogo, a vitória foi merecida para os aves pretas. Que festejem bem, mas não acho que Ronaldinho irá manter o ritmo parecido em outros jogos. Em sua última temporada no Milan, o Gaúcho deu um enorme suspiro, inclusive dando um show em plenos Santiago Bernabeu. Mas foi apenas um ensaio. Veremos.
Pelo bem do futebol, torço para que eu esteja errado
quinta-feira, 28 de julho de 2011
A vitória do Flamengo e minha reflexão.
Postado por Pedro Santiago às 07:27 0 comentários
quarta-feira, 13 de julho de 2011
Que o futuro não vire nostalgia
Foi rock no facebook, no twitter em orkut e em todo lugar da internet. Os jornais fizeram especiais e mais especiais, quem gosta do estilo falou, indicou músicas, bandas, cds e tudo mais. Até quem não gosta de rock disse gostar. Tudo isso para o dia mundial do Rock.
Em meio a toda data comemorativa, uma pergunta sempre aparece. E o objeto de celebração, como está? Temos o que comemorar?
Como história, o rock é riquíssimo, mas como presente há muito tempo que o estilo não anda bem.
Até o inicio da década 00, o rock ainda conseguia brigar pelos concorridos postos da Billboard. A época, os rappers, o povo do R&B e as cantoras gemegemebitch deram início a hegemonia que ainda hoje toma conta do mainstream mundial.
No Brasil as coisas não estavam boas para o BROCK. Los Hermanos era idolatrado por uma parcela considerável, mas ainda assim a parte. O Rappa havia perdido Yuka e tentava se reestabelecer com o irregular Silêncio que Procede o Esporro. O grupo ainda tinha respeito e algum sucesso.
A partir do ano 2003, foi tudo ladeira abaixo. Desde então nossa banda de expressão era o CPM22 auxiliado pelo NX ZERO até desembocar numa coisa chamada Restart. Não consigo medir, mas talvez a derrocada internacional tenha sido um pouco menor, já que os bastiões nunca saíram de moda (U2, Rolling Stones, Mettalica, Pear Jam, Radiohead e tantos outros) e apareceram bandas que estouraram no mundo todo como o Coldplay.
Aqui, cabe a mesma ressalva que fiz ao vivo na Antares 800: até agora falei da grande imprensa, do mainstream. Nele, o rock está na lona.
Mas quando falamos na periferia do sucesso, nos espaços alternativos, aí sim podemos comemorar. Temos muita coisa boa no mundo inteiro. Muita coisa mesmo.Isso é fato, mas não me conforma. Não é todo dia que tenho tempo e disposição para ler 10 blogs e colunas musicais, baixar 10 cds e gostar de 2 ou 3. Adoro garimpar, mas as vezes enche o saco.
Sinto saudade da indústria cultural a serviço do rock.
Lembro do Professor Carlos Said contando que foi comprar um cd quando escutou uma moça perguntar. “Tem o cd daquela banda que tem uma música na novela?”. A música em questão era Starway To Heavem. O professor, então estudante, pensou: “Alienada, mais uma vítima da indústria Cultural”. Anos depois, já teacher, ele repensou o caso. “A maturidade me fez perceber que aquela moça, instigada pela cultura de massa, estava consumindo um produto de qualidade. De qual outra forma ela entraria em conato com o Led Zepellin?”.
É isso!
Tem muita coisa boa nas zonas alternativas, mas pouquíssimas com apelo radiofônico. As bandas não conseguem furar os limites do gueto e atingir mais pessoas. O que é uma desgraça. Achei que os Autoramas faria isso e nada, Vanguart me deu grandes esperanças e coisa nenhuma, por último, o Nevilton me deu um grande suspiro, mas duvido de sucesso nacional.
Dia do Rock?
Sim, ainda. Só espero que essa data não vira pura nostalgia no futuro.
Postado por Pedro Santiago às 11:11 1 comentários