Foi rock no facebook, no twitter em orkut e em todo lugar da internet. Os jornais fizeram especiais e mais especiais, quem gosta do estilo falou, indicou músicas, bandas, cds e tudo mais. Até quem não gosta de rock disse gostar. Tudo isso para o dia mundial do Rock.
Em meio a toda data comemorativa, uma pergunta sempre aparece. E o objeto de celebração, como está? Temos o que comemorar?
Como história, o rock é riquíssimo, mas como presente há muito tempo que o estilo não anda bem.
Até o inicio da década 00, o rock ainda conseguia brigar pelos concorridos postos da Billboard. A época, os rappers, o povo do R&B e as cantoras gemegemebitch deram início a hegemonia que ainda hoje toma conta do mainstream mundial.
No Brasil as coisas não estavam boas para o BROCK. Los Hermanos era idolatrado por uma parcela considerável, mas ainda assim a parte. O Rappa havia perdido Yuka e tentava se reestabelecer com o irregular Silêncio que Procede o Esporro. O grupo ainda tinha respeito e algum sucesso.
A partir do ano 2003, foi tudo ladeira abaixo. Desde então nossa banda de expressão era o CPM22 auxiliado pelo NX ZERO até desembocar numa coisa chamada Restart. Não consigo medir, mas talvez a derrocada internacional tenha sido um pouco menor, já que os bastiões nunca saíram de moda (U2, Rolling Stones, Mettalica, Pear Jam, Radiohead e tantos outros) e apareceram bandas que estouraram no mundo todo como o Coldplay.
Aqui, cabe a mesma ressalva que fiz ao vivo na Antares 800: até agora falei da grande imprensa, do mainstream. Nele, o rock está na lona.
Mas quando falamos na periferia do sucesso, nos espaços alternativos, aí sim podemos comemorar. Temos muita coisa boa no mundo inteiro. Muita coisa mesmo.Isso é fato, mas não me conforma. Não é todo dia que tenho tempo e disposição para ler 10 blogs e colunas musicais, baixar 10 cds e gostar de 2 ou 3. Adoro garimpar, mas as vezes enche o saco.
Sinto saudade da indústria cultural a serviço do rock.
Lembro do Professor Carlos Said contando que foi comprar um cd quando escutou uma moça perguntar. “Tem o cd daquela banda que tem uma música na novela?”. A música em questão era Starway To Heavem. O professor, então estudante, pensou: “Alienada, mais uma vítima da indústria Cultural”. Anos depois, já teacher, ele repensou o caso. “A maturidade me fez perceber que aquela moça, instigada pela cultura de massa, estava consumindo um produto de qualidade. De qual outra forma ela entraria em conato com o Led Zepellin?”.
É isso!
Tem muita coisa boa nas zonas alternativas, mas pouquíssimas com apelo radiofônico. As bandas não conseguem furar os limites do gueto e atingir mais pessoas. O que é uma desgraça. Achei que os Autoramas faria isso e nada, Vanguart me deu grandes esperanças e coisa nenhuma, por último, o Nevilton me deu um grande suspiro, mas duvido de sucesso nacional.
Dia do Rock?
Sim, ainda. Só espero que essa data não vira pura nostalgia no futuro.
Abra os olhos – O cemitério do esplendor
Há 3 semanas
1 Comment:
Infelizmente tens razão caro amigo! Comentava isso outro dia! Salvo pouquíssimas coisas dos ano 2000 pra cá. E como vc disse bem, tem muita coisa boa sendo feita na periferia, mas que infelizmente não consegue alçar vôos maiores. O caso do Carlos Said, mostra que o público podia achar no mercado, coisas de qualidade, e hoje isso não acontece mais. O que me leva a uma questão: Será que a produção musical de qualidade que anda em baixa, ou foi o gosto de quem consome que mudou pra pior, PRA MUITO PIOR?
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