sábado, 26 de setembro de 2009

Semisonic


Sempre desconfie do que está escrito no Wikipédia. Lá consta que o Semisonic é uma banda de rock alternativo e isso com certeza não é. É verdade que não sei direito o que é rock alternativo, mas o que me vem à cabeça são coisas pouco convencionais. E convenhamos, se tem uma definição para o Semi, essa é convencional.

O Semisonic anda na tênue linha entre o pop totalmente descartável e o rock bonitinho e sincero. Para nossa graça a musica do grupo fica mais com a segunda opção. Outra banda que conseguiu essa mesma façanha foi o Lifehouse, banda que foi apontada como mais um dos clones do Pearl Jam como Creed, Fuel, Stone Temple Pilots (essa é boa), Nickelback e outras que nem lembro o nome; mas que conseguiu fazer um rockzinho competente e cativante.

Mas voltando ao Semi.... No ultimo cd All About Chemistry, em boa parte das músicas os caras conseguiram compor uma série de boas canções. Nada de sofrimento e seriedade, apenas amor e leveza. Um autêntico pop que até faz lembrar um pouco Smash Mouth e Sugar Ray, duas bandas que trocam figurinhas entre si e fizeram sucesso com um som parecido. Entretanto, os americanos do Semisonic deram um passo adiante e conseguiram manipular muito bem os clichês do cancioneiro pop, fazendo um possível defeito atuar como virtude.

Existem bandas que não vieram para revolucionar nada e esse é o caso do Semisonic. Nada, não há absolutamente nada de novo na musica deles, os ingredientes usados já foram manipulados da mesma forma por tantas bandas que nem consigo dizer onde começa uma e termina outra, mas isso não impede que ainda sim seja saborosa.

Acho isso legal, reconhecer tantas limitações na musica de alguém e ainda sim ela soar cativante e você poder curtir o som sem dor de cabeça. Comecei a aprender esse tipo de coisa com o rock farofa dos anos 80, coisas tipo Bon Jovi, Scorpions, AC/DC, Skid Row e outras. Adoro essas bandas assim como curto Radiohead, Sonic Youth, Wilco, Yo La Tengo, Morphine e outras tantas dos chamados ‘entendidos’.

Só não agüento aquele papo dos alternativos se vangloriarem de conhecer uma banda que fez apenas uma cópia do seu último lançamento e apenas 15 pessoas no mundo inteiro conhecerem. E exatamente esse fato ser importante. Please.

Por isso acho interessante o Eric, uma figura que tem mais de 1500 cds e curte desde a coisa mais alternativa de todos os tempos até chegar a bandas como o Eagles of death metal e outras que misturam rock com putaria, uma coisa tosca e brega mas muito divertida. Isso não quer dizer que ele gosta do Semisonic, aliás tenho quase certeza que não.

Não ele, mas acho que Julianna gostaria; Neto e Daniel curtiriam algumas músicas apenas; Junior seria totalmente indiferente; Gustavo não escuta international music; Marco prefere Walkman; Catarina pediria para mandar as músicas para ela e depois nunca mais lembraria disso.

Eu, gosto bastante. Clichê ou não um sorriso sempre é bem vindo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Uma oração

Minha boca pronunciou e pronunciará, milhares de vezes e nos dois idiomas que me são íntimos, o pai-nosso, mas só em parte o entendo. Hoje de manhã, dia primeiro de julho de 1969, quero tentar uma oração que seja pessoal, não herdada. Sei que se trata de uma tarefa que exige uma sinceridade mais que humana. É evidente, em primeiro lugar, que me está vedado pedir. Pedir que não anoiteçam meus olhos seria loucura; sei de milhares de pessoas que vêem e que não são particularmente felizes, justas ou sábias. O processo do tempo é uma trama de efeitos e causas, de sorte que pedir qualquer mercê, por ínfima que seja, é pedir que se rompa um elo dessa trama de ferro, é pedir que já se tenha rompido. Ninguém merece tal milagre. Não posso suplicar que meus erros me sejam perdoados; o perdão é um ato alheio e só eu posso salvar-me. O perdão purifica o ofendido, não o ofensor, a quem quase não afeta. A liberdade de meu arbítrio é talvez ilusória, mas posso dar ou sonhar que dou. Posso dar a coragem, que não tenho; posso dar a esperança, que não está em mim; posso ensinar a vontade de aprender o que pouco sei ou entrevejo. Quero ser lembrado menos como poeta que como amigo; que alguém repita uma cadência de Dunbar ou de Frost ou do homem que viu à meia-noite a árvore que sangra, a Cruz, e pense que pela primeira vez a ouviu de meus lábios. O restante não me importa; espero que o esquecimento não demore. Desconhecemos os desígnios do universo, mas sabemos que raciocinar com lucidez e agir com justiça é ajudar esses desígnios, que não nos serão revelados.

Quero morrer completamente; quero morrer com este companheiro, meu corpo.

Queria postar uma coisa bonita hoje no blog, por isso de Jorge Luís Borges aparecer por aqui. Afinal poucas coisas são tão bonitas quanto a sinceridade.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Só na Inglaterra....

A Uefa puniu Eduardo da Silva nesta terça-feira. O comitê disciplinar da entidade suspendeu o atacante do Arsenal, nascido no Brasil e naturalizado croata, por duas partidas na Liga dos Campeões por ter simulado um pênalti. Em uma dividida com Artur Boruc, goleiro do time escocês, Eduardo cavou a falta, marcada pelo árbitro.

O próprio atacante converteu a cobrança de pênalti e abriu o placar para o Arsenal, que venceu por 3 a 1 e se classificou para a fase de grupos da Liga dos Campeões.

A simulação de Eduardo da Silva teve repercussão negativa na imprensa britânica, que classificou a atitude como 'desonestidade' e 'escândalo'. O jogador recebeu diversas críticas pela 'malandragem'.

O diário The Independent ilustrou uma matéria com três fotos nas quais fica evidente que não houve falta.


Que diferença para essa nossa terra cheia de jeitos. Aqui tal atitude seria pauta para uma enquete no Globo Esporte e resultado seria que ele fez bem em cavar a falta. Qual jornal de nossa nação chamaria essa atitude de 'desonestidade' e 'escândalo'? Isso mal acontece com relação as falcatruas políticas, avalie por causa de uma faltinha qualquer, num é? Afinal, todo mundo faz mesmo.....

E o pior é que sei que essas coisas não vão mudar....

Uma tristeza

Ps.: noticia publicada originalmente em: http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2009/09/01/ult59u201169.jhtm