quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Antes de ser.

Li no início da semana o comentário de Juca Kfouri sobre a primeira final do campeonato Sul Americano. Escreveu o jornalista:

Lá(em Quito), a 2850 metros de altitude, (o Fluminense)tentará um resultado razoável diante da LDU, que acaba de despachar o River Plate uruguaio com um retumbante 7 a 0, depois de ter perdido por 2 a 1 o primeiro jogo, em Montevidéu.
O segundo jogo contra a LDU será na quarta-feira, dia 2 de dezembro, no Maracanã.
Antes, no domingo, também no Maracanã, o Fluminense receberá o Vitória para buscar mais uma vitória na trajetória que garanta o Tricolor na Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro.

E, depois do segundo jogo pela Sul-Americana, o Flu terá Coritiba pela frente, em Curitiba, num jogo que pode selar a queda de um ou de outro.
Esfalfado, não há nenhuma chance de o Flu se dar bem no Equador, razão pela qual o time titular deveria ter ficado no Rio e dado por findo o esforço na sub-taça continental.

É de se temer que a derrota, quase inevitável, quebre o encanto desse Flu que vem de 13 jogos sem perder, com cinco vitórias seguidas.
Este jogo eu não vou assistir, porque será tão insuportável, tão desumano como ver a mulher amada ser torturada.


Li, entendi seus argumentos, mas não concordei de forma alguma com seu comentário. Qual time faria o que ele propôs? Respondo sem rodeios: nenhum.

Mas eis que veio o jogo.........

E nele o time de minha mãe tomou uma sonora goleada de 5x1, praticamente findando o sonho de o título ir parar na sala de troféus das Laranjeiras. Além disso o clube carioca tem dois jogos difíceis que irão selar seu destino no campeonato Brasileiro de 2010. Serie A ou B.

Fiquei abalado com a clarividência de Juca, não por se tratar de um macumbeiro, mas sim de um jornalista altamente qualificado que quando deixa a paixão de lado faz análises muito acertadas. Vi coisa parecida quando li A Regra do Jogo, de Claudio Abramo, um cara extremamente perspicaz que entende como as coisas se encaixam no mundo, assim como o Comediante de Watchemn. Entende e toma o posicionamento que julga melhor diante da realidade, não tentando ser o messias da estação.

Juca leu os sinais, assimilou e com base nisso tomou uma posição.

Não há dúvida que a vida seria bem mais fácil se fosse guiada desta forma.

2 Comments:

Anônimo said...

Realmente, se soubéssemos antes de ser, tudo seria mais fácil, mais exato. Infelizmente a vida não tem regras claras como um jogo de futebol, que às vezes tb se enrola no meio de campo,rsrs... e as pessoas, essas sim, são mais imprevisíveis ainda. E qd lemos os sinais e achamos que sabemos como vai ser e repentinamente tudo muda, héim? Como fica quando desistimos de algo e na iminência de não termos mais vemos que queremos e precisamos daquilo? Mas se tudo fosse claro e objetivo nem precisava existir expectativa, esperança, gostaríamos das mesmas pessoas a vida toda porque saberíamos quais seriam “as certas”, ou saberíamos até onde seria bom e poderíamos largar tudo neste exato ponto...Não saberíamos o prazer de experimentar. Seu texto me fez pensar em qual seria a fórmula para não errar nunca com relação a nada. Será que é mesmo simplesmente racionalizar e se afastar? Será se ñ vem solidão? Complicado tudo isso. :)

Parabéns pelo blog.

Pedro Santiago said...

Obrigado pelo comentário, seria melhor se fosse identificado, mas enfim...
Acho que não me fiz entender. Juca deu uma palpite baseado em uma arsenal de dados, mas isso em si não garante certeza alguma. Era mais provável, como foi, que o Fluminense perdesse, mas mesmo assim ele poderia ter ganho. Futebol, vida é assim.

"E qd lemos os sinais e achamos que sabemos como vai ser e repentinamente tudo muda, héim? Como fica quando desistimos de algo e na iminência de não termos mais vemos que queremos e precisamos daquilo?" O mesmo Juca deu pro sacramentada o rebaixamento do mesmo time, mas hoje reescreve seu pensamento acredintando exatamente no inverso.
Não há certeza em se tratando de seres humanos, mas podemos melhorar nossas decisões. Não existe formula para não errar nunca ou pelo menos eu não acredito que exista.
Mas se podemos tentar fazer uma escolha melhor, porque não faze-la? E o que é tentar senão experimentar? E desde quando racionalizar é se afastar? Essas resposta só dependem do caminho que cada um tenta, experimenta, lança, joga para si. Pode dar errado, mas tb pode dar certo.

Adoro essa dicussão.
:)