sexta-feira, 25 de junho de 2010

Para quem gosta do Jiraya

Naruto sempre foi uma fonte de alegria. Um mangá humano, com personagens que parecem humanos. Infelizmente meu personagem favorito tombou, mas sua aura ainda hoje permeia o desenrolar da história.

Quando não se tem sensibilidade para dizer algo, deve-se apelar para quem têm. No meu caso lanço mão de poetas, escritores, compositores e meus irmãos. Pessoas que evidentemente são mais sensíveis do que eu.

Ao acompanhar meu amigo Wilton se encantar tb pelo legendário Jiraya, percebi como sou apaixonado pelo personagem e o que ele representa dentro da história: a esperança em todas as suas faces(perdida, alcançável, boba, possível....)

Então, em homenagem ao Sannin, à mim, aos meus irmãos e ao Wilton. Coloco aqui o texto que Santiago Junior escreveu sobre a morte do sensei do 4 Hokage.


O SANNIN ESTÁ MORTO

Jiraya era um dos meus personagens favoritos. E ele morreu bravamente enfrentando alguém cujo poder era maior do que o seu. Ou seja, alguém muitoooo forte. No final, revelou uma vida cheia de frustrações acumuladas, e, envergonhado com o caminho que não conseguiu seguir, redescobre a si mesmo em Naruto.

Houve alguma inversão em algumas das tantas estórias que se contam hoje, de Nemo à Naruto na qual os jovens ‘ensinam’ os velhos a serem pais. Jiraya é um dos sannins, um dos gênios de Konoha, e também ele foi tocado pela energia sincera de Naruto, talvez a maior qualidade deste jovem shinobi que possui um demônio-raposa no coração.

Chorei com sua perda, com a tristeza de um fim nostálgico e brumoso, sozinho e abandonado, mas corajoso frente o horizonte da morte. Quero ter essa fortaleza quando enfrentar os trancos da vida, e na minha morte, ter o mesmo coração para me levantar e encará-la de frente. O shinobi é uma conduta, a da resolução tomada. É enfrentar o inimigo final e pensar que algo continua de vc, nem que seja seu ato efêmero. Importa como significamos nossa vida.

Quem sabe seja essa a lição que tiro de Jiraya.


Publicado originalmente em http://passodotempo.wordpress.com/2007/12/15/o-sannin-esta-morto/

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tempo

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.

Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém

Ela me disse: - Eu não sei mais o que eu
sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê.

E eu dizia: - Ainda é cedo

R.R

sábado, 19 de junho de 2010

Qual título se dá à perda?

“Mas todo dia eu procuro um sinal de Deus.
Pena que não o encontro!”


"A vida é tão bonita....

q eu fico com uma pena de morrer"



José Saramago.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Paz

O que fazer quando os parâmetros caem? Quando se perde a baliza pela qual se guiava? Sim, eu sei que se deve arranjar novos guias, mas como saber se eles são mais adequados do que os antigos? E quando a realidade concebida em tua cabeça não parece ser o que de fato é, como se convencer disso?

Cansei de perguntas, de questionamentos. Não sou psicólogo e nem quero ser, preferiria a vida de pedreiro à de analista. Quero apenas tranqüilidade e espontaneidade. Cai como uma luva o que minha irmãzinha disse: "me descubro ainda mais comum nos desejos – quero todo mundo contente. quero o outro sem dor. quero a gente leve, sem medo. quero sorriso quando chego. quero bandeira branca em todo fim e começo."

Bandeira branca é símbolo universamente compreendido como sinal de paz, mas o estranho é que esse signo é usado apenas durante guerras ou em combate. Não vejo ninguém decorando suas casas com bandeira brancas, ou as colocando nos vidros dos carros, portas de comércio ou no telhado das casas. Apenas quando alguma pessoa é morta, e ela via de regra tem dinheiro e é branca, é que manifestações com uso dessa cor aparecem. Entretanto esse exemplo corrobora minha teoria, afinal pedir paz depois de um assassinato, não deixa de ser em meio a uma batalha.

Perguntas, questões... Em meio a esse cotidiano de dúvidas fica sempre a vontade de conversar, mas não posso ou pelo menos não devo. Engraçado que sempre me imagino em frente ao mar com esses pensamentos. Aliás, anseio pelo seu encontro e até vislumbro a conversa:

“Olá, meu velho amigo, tudo bem?”

“Sim, tudo ótimo, apenas com saudade de vc, já quem me abandou uma dezena de anos atrás”.

“Não te abandonei, fui carregado a contragosto. De toda forma, sabes que sempre q posso, te visito. Sinto muito a tua falta.”

“Eu sei que sim. Aliás senti daqui que vc me ansiava ver. Aconteceu algo?”

“Sempre está acontecendo algo, estranho é quando as coisas não mudam. E muitas das vezes as mudanças não são como queríamos. Mas o fato é que não sei ao certo o que te dizer, aliás não sei se quero falar sobre alguma coisa. Afinal, nossa relação sempre foi mais silenciosa....... Mas não deixa de ser engraçado, falei isso mas vim aqui na esperança de achar tantas respostas. Você pode me ajudar?”

“Meu querido, nunca lhe prometi respostas. O que posso lhe fazer é proporcionar minhas areias para que sente e sinta pelo menos uma alivio momentâneo, posso ainda te refrescar com minhas águas, purificando um pouco da tua alma e fazendo arder os olhos, para quem sabe possa enxerguar melhor. É-me possível ficar em tua companhia o tempo que precisar ou julgar necessário, falo até com teu irmão vento para que não pare de soprar um segundo sequer e assim se sinta acariciado como mereces. Posso ainda fazer outras coisas, mas infelizmente repostas não te posso dar. Perdoe-me”

"Não há pelo que lhe perdoar. É só q..... "

Estou cansado.

Minha bandeira branca continua tremulando, sinalizando que ainda posso ser atingido, que a batalha prossegui e quero paz.

Quero a vida sem frescura e limitações. Quero minha vida como quero sem ninguém com vodu a minha espreita. Ando de saco cheio disso. Basta.

A bem da verdade queria ser surpreendido, mas isso é difícil.

Seja como for, minha bandeira continua em riste, a meio mastro em sinal de luto. Tremulando caprichosamente a espera do momento em que não será mais necessária.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cinza

A tormenta chegou. Ficou para trás o eco de dias tão tranqüilos. O doce da voz, do cheiro e pele agora são apenas lembranças. Vivas, próximas, mas em continuo afastamento. Ai, diria uma amiga, as coisas acontecem a nossa revelia.... então qual o nosso papel, se não posso interceder? Apenas assistir?

Interceder, intervir, empenhar, lutar, meter-se, sobrevir! A impressão era que fazia isso. Mas e aí? Me derrubaram, jogaram-me no chão e pisaram no meu rosto mostrando toda a minha impotência? Apareceu algum ÁS que me abateu em pleno voo ou simplesmente desisti? Entreguei eu minha espada e cavalo, desobedeci ao meu oficial, desertei?

Nem o álcool, os amigos ou minha guia-razão me dão respostas contundentes. Se perdem junto comigo.


Ainda agnóstico, mas suplicando por orientação perante os deuses; sonhando sonhar com Morpheus para quem sabe ele me dê a saída do deserto como fez a Marco Pólo. Ou melhor, dormindo para encontrar o sábio chinês que renegou a lembrança de seu filho morto para se dedicar a um bichano filhote, que mesmo pequeno estava vivo. Mas essas todas são histórias, sonhos.

A realidade é o dorso pesado, alquebrado pela incessante luta, pela peleja de um inimigo que parece muito maior e poderoso. Sim, mas que oponente é esse? Tem nome, sobre-nome, perfil? Com quem duelo?

Esse conhecimento não tenho e nem ninguém comigo o compartilhou. Divago que seja um carrasco sem rosto, voz e ainda covarde. Solapando ao primeiro sinal de fraqueza ou alegria. A verdade é que o embate real nunca houve, muito pior e doloroso: fui derrotado por uma idéia.

Logo eu, o senhor do domínio retórico, conde da razão cotidiana, prefeito da tranqüilidade... Fiquei indefeso pela inutilidade de minha armas, pelo vão balaços de meus canhões que disparavam a qualquer piar de ave ou grilo; bobo pelo surdo soar de minhas palavras e atitudes.

Agora quieto, contido, quase calmo e casmurro, espero o passar dessas águas.

Mas já me contaram, já me disseram e eu sei...

vai demorar

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"metade da minha alma é feita de maresia"



Tão eu quanto possível