sexta-feira, 1 de maio de 2009

Inquérito, parte dois

Continuação da sabatina com o jornalista Pedro Santiago. Na primeira parte ele falou de sua história, humores e escrita aqui neste blog. Sua capacidade sedutora, acepção da loucura feminina e ainda jogos de sedução são discutidos neste segundo capítulo. “Eu realmente não sei onde estava com a cabeça quando inventei essa história de entrevista”, arrepende-se falsamente nossa cobaia.

George: Meu primo e cadê as lindas? Essa cidade tem mulher demais. Diz que são três para cada homem, então é bom tu agilizar porque já devem ter tomado no mínimo duas da tua cota. Cuida senão tu vacila.

Pedro:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Cara as mulheres estão por aí, aliás aqui nessa cidade é artefato que não falta, mas as coisas são um pouco mais complicadas pra mim....

George: Tu é muito é fresco.

Pedro:
.....

Gustavo: George, o Pedro é um pilantra e eu digo isso porque eu posso e conheço. Todo mundo fica pensando que ele é um santo, certinho e tal, mas eu sei que santo é o caralho e não ele. Quem quiser que ache que ele tá quietinho coisa e tal, mas eu sei que ele tem esse jeitinho todo mineirinho. É o chamado come quieto.

Pedro: Gustavo, muito me lisonjeia essa tua visão, mas ela não é verdadeira em nada. Primeiro que tenho quase certeza que quase ninguém mais acha, se é que já achou, que sou santo ou quietinho. Isso é uma coisa que ficou no passado e sou muito contente disso já que não quero ser exemplo para absolutamente porra nenhuma nessa vida. Por outro lado também não sou esse pegador silencioso que você tá vendendo. Acho que fico no meio desses dois painéis.

Gustavo: Pedro, mas tu num presta!

Pedro:
Meu chapa e quem diabo é que presta nesse mundo?? Tu presta, miséria?? É como a Julianna diz, “Ninguém vale nada”.

Julianna: Isso é verdade mesmo.


Gustavo: Ela fala isso tirando de seu própria conta...(risos) Mas enfim, eu q te conheço viu picareta.


Pedro:
....... Wilton: Pedro, um assunto que sempre falamos muito foi da loucura feminina.....

Catarina: Eu não acredito que vcs vão falar sobre isso não....


Wilton: Calma Catarina. Então Pedro, tu realmente acha que todas as mulheres são loucas?

Julianna: eu acho.


Pedro:
(risos) Cara, ainda não conheci uma que não seja.

Catarina: Muito fácil ficar falando assim e vcs?? São todos bonzinhos e racionais??

Wilton e Pedro(juntos): Eu não falei isso.

Pedro: Olha o que eu acho é o seguinte: as mulheres realmente parecem ter umas loucuras que lhes são muito peculiares. E a loucura sobre a qual estou falando é aquela relacionada às atitudes extremadas com relação a seu parceiro e não de outras. É pirar porque o cara foi tomar uma na Adélia ou jogar bola com os amigos; e sempre tem aquela do ciúmes sem explicação alguma. Minha mãe tinha ciúme do meu pai e de uma mulher que devia pesar uns 100 quilos!!!! “Rapaz, se o papai trair a mamãe com essa mulher ele é o diabo mermo viu”, pensava comigo. Aí depois de muito tempo ela começou a dizer que essa gorda era apenas uma intermediária e que o papo era com outra mulher. Ou seja, são coisas muito extremadas. Eu e todos os caras aqui temos uma porrada de histórias para contar sobre esse tema. O ciúme é uma coisa com a qual eu definitivamente não sei lidar e isso é uma constatação séria. Mais um motivo para eu pedir o telefone da Diana para Julianna.

Julianna: Eu vou te dar.

Pedro:
Muito obrigado. Mas por outro lado faço aqui uma mea-culpa da loucura feminina. Com exceção daquele ciúme que vê fantasminha e tal, eu acho que muitos dos comportamentos pirados de nossas mulheres se devem ao jeito de ser masculino.

Wilton: Fica na tua doido.......

Pedro:
(risos)......não cara, deixa eu falar. O que quero dizer é que talvez nós lidássemos de forma parecida com elas em relação a certas circunstâncias. Já pensou se essas mininas jogassem vôlei toda semana e depois fossem tomar uma cerveja no bar? Aqui eu conheço a todos vcs muito bem e posso dizer que a receptividade não seria muito boa não.

Gustavo, Wilton, Ivo e Hérlon (juntos): mas é diferente!!!


Neto: Eu num acho diferente não.....


Pedro:
Eu também acho diferente(risos), mas vocês já pararam para pensar sobre isso? É verdade que acho que nenhum de nós iríamos encasquetar com os comentários das meninas em relação a bolsa de uma cara achando que elas estavam, na verdade, falando da bunda do cidadão. Como aconteceu com uma pessoa aqui presente.

Priscilla: Vai- te a merda, Pedro. Tu já vai falar nessa história de novo?

Pedro:
Mas não é verdade? Tu ainda hoje tem certeza que a gente tava falando de alguma característica física da dona da bolsa que eu inclusive não identifiquei.

Hérlon: Era a de branco.

Ivo: Eu pensei que fosse a de roxo.

Priscilla: Eu num disse que vcs sabiam quem era!!!

Pedro:
Minha amiga, o que eu sei é que vi aquela bolsa enorme que tinha uma cadeira só pra ela. Eu comentei sobre isso e nada mais. Naquele troço cabia até a Mayana dentro.

Mayana: owwwww Pedro

Wilton: Então nem era tão grande.....(Mayana dá um beslicão no braço de W. Filho)

Pedro:
O fato é que a situação existiu, essa coisa extremada da qual estou falando. Me lembro de uma lance que ocorreu comigo. Estava ali perto do Escolão do Mocambinho e liguei para a Rochelle dizendo que estava em casa e que dali a pouco chegaria a sua. Minha intenção era fazer uma surpresa. Ao escutar minhas palavras ala afirmou, muito séria, que tinha acabado de ligar para minha casa e papai havia dito que eu saira há pouco tempo. “Sim e eu não posso ter chegado não”, perguntei. “PEDRO, TU TA AONDE HEIN??”, questionou ela severamente. Percebendo que a conversa descambava, entreguei o jogo. Quando chego em sua casa ela pergunta: “Pedro, tu tava aonde?”. Eu pacientemente repito toda a história e por fim ela diz: “Tu tava bem ai no escolão e demorou 20 minutos para chegar aqui?”. Meus amigos, a distância em que me encontrava deveria ser de uns 300 metros ou pouco mais de um quarteirão da casa dela, ou seja, para demorar esse tempo só se fosse de joelhos até lá (risos).

Rochelle: Mas tu demorou esse tempo mesmo (risos)!

Pedro:
(risos)........

Wilton: Eu também tenho uma para contar......(Mayana lhe dá outro beslicão)...... eu tinha, mas já esqueci.

Gustavo: Mesti, eu tenho é uma carrada dessas daí.

Hérlon: (com cara cínica) Rapaz, eu não tenho nenhuma história dessa pra dizer não.
Todo mundo sorri ao mesmo tempo.

Cynthia: (vermelha) Mas tu tá engraçadinho né?

Hérlon: Oxente, o que foi que eu fiz?????

Cynthia: Chegar em casa a gente conversa viu.....

Pedro:
Eu fiz essa mea-culpa, mas existe ainda uma fator que merece evidencia. As mulheres, pelo menos a maioria, não tem aquele laço de amizade tão forte quanto o masculino. A gente se encontra pra jogar bola, tomar cerveja, jogar vídeo-game, ping-pong, assistir a um jogo e ainda a outras coisas mais como ir a uma pescaria, caso específico da minha família. Poucas são as turmas femininas que tem algo parecido, no máximo vão ao Salute no sábado à tarde. Não estou aqui dizendo que elas não se juntem para saírem a noite, por que fazem isso sim. Entretanto, nesses casos, o motivo da saída para ser a própria saída em si e não as pessoas com quem se vai. Essas últimas, ao meu ver, parecem mais o tempero. No caso masculino, a cerveja, por exemplo, é o pretexto para nos encontramos. Então, eu acho que isso é um atenuante para os homens e que merece a devida atenção.

Gustavo: Vamos mudar de assunto....

Todos: “Vamos”

Gustavo: Voltando a história que o George começou, se tem um negócio que não entendo e vcs até já falaram sobre isso, é esse papo de tristeza falando aí do Pedrocas. Deixa o cara meu irmão. Pedro, vida boa é de solteiro e gosto de ti é assim. Não que eu não goste de você namorando, mas gosto mais ainda de tu como tá agora. Tá ligado? Rapaz, tu sabe que eu te amo de todo jeito num é filho da puta?

Pedro:
Sei sim.

Gustavo: Então pronto, nem preciso ficar me explicando. Mas fico puuuuuuuto, eu fico, com esse papo do povo: “ahhhhhhhhhhhhhhhhh Pedro tá assim, o Pedro tá assado”. Meu irmão vai tomar no cu e deixa o cara em paz.

Pedro:
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Valeu Gustavo.

Gustavo: Vai à merda.

Pedro:
Sobre isso quero dizer algumas coisas especificamente. Primeiro: não me chateio nenhum um pouco com quem acha q estou triste e nem com vc(Gustavo) por gostar mais de mim quando estou solteiro. Afinal o senso comum diz que eu mudo quando namoro e eu sei que já vacilei muito sobre essa questão. Segundo: Eu pergunto quem é aqui que inicia um namoro e não muda?? Eu quero saber é quem tem a audácia de dizer isso?? Daniel já me disse que mudo, Priscilla, Neto e quase todo mundo, mas e vcs não mudam?? Eu é que não vou contar aqui as inúmeras diferenças que sinto em cada um de vcs depois de iniciarem um relacionamento, afinal essa entrevista é sobre e mim e nem sei se tenho a autorização para isso. Mas uma coisa é certa, vcs mudam sim e muito. Uns mais do que outros, mas sempre existe diferença. Isso é demérito, motivo para se envergonhar?? Não, é obvio que não! Vc solteiro se porta e vive de uma forma exatamente pela sua condição e quando namora tem que mudar alguma coisa porque afinal vc arranjou uma pessoa que vai ocupar a maioria do seu tempo. Solteiro vc sai mais e praticamente para qualquer lugar e ainda responde a quase todos os convites, mas depois que começa a namorar pouco faz essas coisas. “Eita, o Pedro mudou demais num é”?, ficam logo dizendo. Ahhhhhhhhhhhhh merda. Querem o que? Que continue indo a qualquer lugar, a um pagode, ao giramundo, raízes ou a um cabaré depois de começar a namorar?? É claro que não. Eu não faço isso, assim como a maioria das pessoas também não. É uma coisa natural. Mas não, só quem muda sou eu. A diferença aqui é que eu noto as mudanças, mas procuro compreender e assimilar, mas, com algumas exceções, os outros não.

O Junior: Deuses, o minino se revoltou.....Ok vamos falar de um assunto correlato. Pedro, o que tu acha do jogo de sedução??

Pedro:
Sobre esse assunto eu só conheço Teresina, mas posso dizer que eu, particularmente, não gosto. Não faço gosto porque já existem papeis pré-determinados nesse jogo e acho isso um saco. “Não vo ficar com o cara hoje pq senão ele vai me achar fácil”; “Se ela disse não então é porque quis dizer sim”; “Eu to afim dele mas não vou dar mole não”; esses são alguns exemplos de como funciona. Eu gosto da coisa o mais real possível, se tá afim de ficar fica; se quer dizer sim diga e num fique com onda não. Eu prefiro desse jeito, mas é verdade que sou exceção nesse oceano de gente. Até entendo as mulheres se portarem assim porque afinal das contas o mundo não é do jeito que queremos e temos de nos adequar e nele viver da melhor forma possível. Não quero com isso dizer que precisa ser uma conformação ao jeito em voga, acho apenas que dá pra adequar a nossa maneira. Hoje em dia, seja na primeira conversa ou na última, eu não sei ser outra pessoa que não eu.

Daniel: E algum dia tu quis ou se mostrou ser outra pessoa?

Pedro: Não..... quero dizer, mais ou menos. Deixa eu explicar. O cara faz o que acha que pode dar certo e quando não se tem experiência, o certo parece ser fingir essa experiência. É aquela coisa de ser mais galanteador e inteligente do que de fato vc é. Nem acho que isso tenha sido um caminho muito trilhado por mim, já que namorei desde muito novo, mas acho que já me portei assim em alguns momentos. A questão é que hoje não dá mais não. Se quiser é desse jeito aqui mesmo e pronto. Ainda sobre esse assunto temos aquela velha pendenga aonde as mulheres daqui chamam os homens de moles e esses acham as primeiras frescas. Essa visão é interessante porque ela acaba promovendo coisa nenhuma, já que o cara não vai dar em cima pq a minina é fresca e doidinha num vai dar trela sabendo que o cara é mole. Ficam elas por elas. Claro que do jeito que to falando aqui parece que nada acontece nas saídas da noite, mas não é isso que quero dizer. Meu argumento é que os atos ficam muito, mas muito aquém dos desejos, ou seja, se houvesse uma maior decisão as coisas aconteceriam mais e com mais naturalidade. Aqui mesmo nessa turma num tem nenhum pegador e quantas vezes a gente já saiu e fulano ficou afim de doidinha tal e nada rolou?? Muitas vezes, eu digo com certeza.

Gustavo: Eu sou um quibe.

Wilton: E eu um Pastel.

Hérlon: ........

Neto: Nessa questão eu num mereço nem comentários......

Pedro (risos):
Fico entre o quibe e o pastel com uma pouco mais de atitude, penso eu humildemente.

Próximo Capítulo: Quem sou eu???

1 Comment:

Cat. said...

adorei!!! muito bom...vc tá se aprimorando, menino.