segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Reflexão



Para W. Filho.

Obs.: tirinha de André Dahmer www.malvados.com.br

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Poema esquecido de um tempo que passou

Do dia em que ti vi até essa tarde de passos rasos
Dirigindo por avenidas mal sinalizadas, cruzando por pessoas estranhas e vagas...

Te digo com toda certeza que nada fiz além de procurar a próxima esquina com sede que tudo que passou ficasse apenas em letras escritas.

Não na memória.

sábado, 21 de agosto de 2010

112 anos



As palavras são poucas e a história por demais maravilhosa.

Não há clube com trajetória tão bonita quanto a do meu Vasco.

Parabéns a todos nós, Vascaínos.

E ao que está por nascer, tão pequeno e já dono de tanta história. O primeiro presente de toda uma vida.

O futuro está garantido, mesmo depois de 112 anos.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Respeito. Onde?

É por essas e outras que sinto tanto orgulho de ser vascaíno. Afinal, nossa pauta sempre foi a inclusão e respeito, assim como ser o avesso do que representa o Flamengo. Tivemos percalços, é verdade, mas a alma permaneceu.

Tenham calma e tentem ler tudo.

Arcoirizada Perde a Linha e Comprova a Inabalável Supremacia Rubro-Negra

Como é reconfortante ver que após a tempestade tudo continua na mesma. O Mengão continua a ser o bicho-papão que assola os pesadelos da arcoirizada malvestida e iletrada. Basta ver os comentários dos últimos posts para comprovar que a série de infortúnios que atingiram colateralmente o Flamengo nos últimos dias não abalaram em nem um milímetro nossa posição de proeminência, liderança e centro do universo futebolístico. Basta pintar um post qualquer por aqui que a arcoirizada se rasga inteira e bomba nosso humilde bloguinho, que mal consegue acompanhar o avassalador ritmo de produção de idiotices, imbecilidades e exemplos pujantes do analfabetismo vocacional dos nossos diletos fregueses.

Ontem e hoje foram os famélicos viceínos, por acaso ocupantes da zona do rebaixamento do Brasileiro e já apelidados desonrosamente como atlético do rio que deram show de ignorância, preconceito e falta de humor enquanto tiravam suas calcinhas pela cabeça. Torcida pequena com time fraco é assim mesmo, pega pilha à toa e passa recibo sem sentir. Já vi que esse ano vamos nos divertir muito com esses pelasacos.

Como disse antes, tudo está no seu lugar. O Mengão Fuderosão na sua posição tradicional de paizão severo macho alfa dos gramados cariocas e a mulambada nos papéis secundários de mulher desprezada, filha vadia e filho bastardo.

A realidade é que não temos rivais no Rio de Janeiro e no Brasil são apenas um ou dois que podem bater de frente com o Mengão. Isso mata os caras de raiva? Mata. Por isso que continuaremos na nossa peculiar humildade, proporcionando um espaço nobre na mídia esportiva brasileira para que todos comprovem a superioridade genética, moral e esportiva de quem fecha com o certo.


Texto extraído do Blog oficial do urubu no globoesporte.com
O mesmo cara que escreveu o seguinte sobre a derrata da Holanda: A falta de camisa, moléstia que acomete tanto a maconhífera Holanda como o coprolítico Vice da Gama da camisa feiona é uma espécie de câncer futebolístico. Além de incurável, estigmatiza seus portadores que são naturalmente afastados do convívio social entre aqueles que se mostram capazes de vencer.

Quem quiser pode ler o blog oficial do Vasco no mesmo site e comparar. Assim como apreciar os sempre bem escritos textos do Hélio Ricardo no www.supervasco.com

"arcoirizada malvestida", "pelasacos", "Mengão Fuderosão", "mulher desprezada, filha vadia e filho bastardo", "superioridade genética, moral e esportiva".

Estou errado ou essas falas bem poderiam ter sido ditas pelo goleiro Bruno? Afinal só um cara com "superiodade genética e moral" poderia mandar matar uma "mulher desprezada" por causa de um "filho bastardo" e ainda jogar no "mengão fuderosão".

Sobre a ficha policial do rubro negro carioca, o cruz maltino Hélio Ricardo escreveu: Sabem o que é isso? A arrogância, tão alimentada pela mídia, de que aquele time “é o maioral”, “ganha tudo”, “pode tudo”. Essa blindagem moral prolifera um discurso de arrogância e superioridade que, misturado a uma gênese transversa de corrupção instaurada no país, faz dessas pessoas gente consciente de que “ninguém pode impedi-los de nada”.

Percebem como ele bem poderia estar falando do senhor Arthur Muhlenberg, titular do blog flamenguista, como do ex-capitão Bruno?


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Que esses ventos passem e Zico consiga levar um sopro de respeito a um time que não sabe o que isso desde a época em que o Galinho ainda jogava.


Boa sorte para ele.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Para quem gosta do Jiraya

Naruto sempre foi uma fonte de alegria. Um mangá humano, com personagens que parecem humanos. Infelizmente meu personagem favorito tombou, mas sua aura ainda hoje permeia o desenrolar da história.

Quando não se tem sensibilidade para dizer algo, deve-se apelar para quem têm. No meu caso lanço mão de poetas, escritores, compositores e meus irmãos. Pessoas que evidentemente são mais sensíveis do que eu.

Ao acompanhar meu amigo Wilton se encantar tb pelo legendário Jiraya, percebi como sou apaixonado pelo personagem e o que ele representa dentro da história: a esperança em todas as suas faces(perdida, alcançável, boba, possível....)

Então, em homenagem ao Sannin, à mim, aos meus irmãos e ao Wilton. Coloco aqui o texto que Santiago Junior escreveu sobre a morte do sensei do 4 Hokage.


O SANNIN ESTÁ MORTO

Jiraya era um dos meus personagens favoritos. E ele morreu bravamente enfrentando alguém cujo poder era maior do que o seu. Ou seja, alguém muitoooo forte. No final, revelou uma vida cheia de frustrações acumuladas, e, envergonhado com o caminho que não conseguiu seguir, redescobre a si mesmo em Naruto.

Houve alguma inversão em algumas das tantas estórias que se contam hoje, de Nemo à Naruto na qual os jovens ‘ensinam’ os velhos a serem pais. Jiraya é um dos sannins, um dos gênios de Konoha, e também ele foi tocado pela energia sincera de Naruto, talvez a maior qualidade deste jovem shinobi que possui um demônio-raposa no coração.

Chorei com sua perda, com a tristeza de um fim nostálgico e brumoso, sozinho e abandonado, mas corajoso frente o horizonte da morte. Quero ter essa fortaleza quando enfrentar os trancos da vida, e na minha morte, ter o mesmo coração para me levantar e encará-la de frente. O shinobi é uma conduta, a da resolução tomada. É enfrentar o inimigo final e pensar que algo continua de vc, nem que seja seu ato efêmero. Importa como significamos nossa vida.

Quem sabe seja essa a lição que tiro de Jiraya.


Publicado originalmente em http://passodotempo.wordpress.com/2007/12/15/o-sannin-esta-morto/

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Tempo

Sei que ela terminou
O que eu não comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi também, eu sei
Ela falou: - Você tem medo.
Aí eu disse: - Quem tem medo é você.

Falamos o que não devia
Nunca ser dito por ninguém

Ela me disse: - Eu não sei mais o que eu
sinto por você.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê.

E eu dizia: - Ainda é cedo

R.R

sábado, 19 de junho de 2010

Qual título se dá à perda?

“Mas todo dia eu procuro um sinal de Deus.
Pena que não o encontro!”


"A vida é tão bonita....

q eu fico com uma pena de morrer"



José Saramago.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Paz

O que fazer quando os parâmetros caem? Quando se perde a baliza pela qual se guiava? Sim, eu sei que se deve arranjar novos guias, mas como saber se eles são mais adequados do que os antigos? E quando a realidade concebida em tua cabeça não parece ser o que de fato é, como se convencer disso?

Cansei de perguntas, de questionamentos. Não sou psicólogo e nem quero ser, preferiria a vida de pedreiro à de analista. Quero apenas tranqüilidade e espontaneidade. Cai como uma luva o que minha irmãzinha disse: "me descubro ainda mais comum nos desejos – quero todo mundo contente. quero o outro sem dor. quero a gente leve, sem medo. quero sorriso quando chego. quero bandeira branca em todo fim e começo."

Bandeira branca é símbolo universamente compreendido como sinal de paz, mas o estranho é que esse signo é usado apenas durante guerras ou em combate. Não vejo ninguém decorando suas casas com bandeira brancas, ou as colocando nos vidros dos carros, portas de comércio ou no telhado das casas. Apenas quando alguma pessoa é morta, e ela via de regra tem dinheiro e é branca, é que manifestações com uso dessa cor aparecem. Entretanto esse exemplo corrobora minha teoria, afinal pedir paz depois de um assassinato, não deixa de ser em meio a uma batalha.

Perguntas, questões... Em meio a esse cotidiano de dúvidas fica sempre a vontade de conversar, mas não posso ou pelo menos não devo. Engraçado que sempre me imagino em frente ao mar com esses pensamentos. Aliás, anseio pelo seu encontro e até vislumbro a conversa:

“Olá, meu velho amigo, tudo bem?”

“Sim, tudo ótimo, apenas com saudade de vc, já quem me abandou uma dezena de anos atrás”.

“Não te abandonei, fui carregado a contragosto. De toda forma, sabes que sempre q posso, te visito. Sinto muito a tua falta.”

“Eu sei que sim. Aliás senti daqui que vc me ansiava ver. Aconteceu algo?”

“Sempre está acontecendo algo, estranho é quando as coisas não mudam. E muitas das vezes as mudanças não são como queríamos. Mas o fato é que não sei ao certo o que te dizer, aliás não sei se quero falar sobre alguma coisa. Afinal, nossa relação sempre foi mais silenciosa....... Mas não deixa de ser engraçado, falei isso mas vim aqui na esperança de achar tantas respostas. Você pode me ajudar?”

“Meu querido, nunca lhe prometi respostas. O que posso lhe fazer é proporcionar minhas areias para que sente e sinta pelo menos uma alivio momentâneo, posso ainda te refrescar com minhas águas, purificando um pouco da tua alma e fazendo arder os olhos, para quem sabe possa enxerguar melhor. É-me possível ficar em tua companhia o tempo que precisar ou julgar necessário, falo até com teu irmão vento para que não pare de soprar um segundo sequer e assim se sinta acariciado como mereces. Posso ainda fazer outras coisas, mas infelizmente repostas não te posso dar. Perdoe-me”

"Não há pelo que lhe perdoar. É só q..... "

Estou cansado.

Minha bandeira branca continua tremulando, sinalizando que ainda posso ser atingido, que a batalha prossegui e quero paz.

Quero a vida sem frescura e limitações. Quero minha vida como quero sem ninguém com vodu a minha espreita. Ando de saco cheio disso. Basta.

A bem da verdade queria ser surpreendido, mas isso é difícil.

Seja como for, minha bandeira continua em riste, a meio mastro em sinal de luto. Tremulando caprichosamente a espera do momento em que não será mais necessária.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Cinza

A tormenta chegou. Ficou para trás o eco de dias tão tranqüilos. O doce da voz, do cheiro e pele agora são apenas lembranças. Vivas, próximas, mas em continuo afastamento. Ai, diria uma amiga, as coisas acontecem a nossa revelia.... então qual o nosso papel, se não posso interceder? Apenas assistir?

Interceder, intervir, empenhar, lutar, meter-se, sobrevir! A impressão era que fazia isso. Mas e aí? Me derrubaram, jogaram-me no chão e pisaram no meu rosto mostrando toda a minha impotência? Apareceu algum ÁS que me abateu em pleno voo ou simplesmente desisti? Entreguei eu minha espada e cavalo, desobedeci ao meu oficial, desertei?

Nem o álcool, os amigos ou minha guia-razão me dão respostas contundentes. Se perdem junto comigo.


Ainda agnóstico, mas suplicando por orientação perante os deuses; sonhando sonhar com Morpheus para quem sabe ele me dê a saída do deserto como fez a Marco Pólo. Ou melhor, dormindo para encontrar o sábio chinês que renegou a lembrança de seu filho morto para se dedicar a um bichano filhote, que mesmo pequeno estava vivo. Mas essas todas são histórias, sonhos.

A realidade é o dorso pesado, alquebrado pela incessante luta, pela peleja de um inimigo que parece muito maior e poderoso. Sim, mas que oponente é esse? Tem nome, sobre-nome, perfil? Com quem duelo?

Esse conhecimento não tenho e nem ninguém comigo o compartilhou. Divago que seja um carrasco sem rosto, voz e ainda covarde. Solapando ao primeiro sinal de fraqueza ou alegria. A verdade é que o embate real nunca houve, muito pior e doloroso: fui derrotado por uma idéia.

Logo eu, o senhor do domínio retórico, conde da razão cotidiana, prefeito da tranqüilidade... Fiquei indefeso pela inutilidade de minha armas, pelo vão balaços de meus canhões que disparavam a qualquer piar de ave ou grilo; bobo pelo surdo soar de minhas palavras e atitudes.

Agora quieto, contido, quase calmo e casmurro, espero o passar dessas águas.

Mas já me contaram, já me disseram e eu sei...

vai demorar

quarta-feira, 2 de junho de 2010

"metade da minha alma é feita de maresia"



Tão eu quanto possível

segunda-feira, 31 de maio de 2010

O último por do sol

A onda ainda quebra na praia,
Espumas se misturam com o vento.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sentindo saudades do que não foi
Lembrando até do que eu não vivi
pensando nós dois.

Eu lembro a concha em seu ouvido,
Trazendo o barulho do mar na areia.
No dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho olhando o sol morrer
Por entre as ruínas de santa cruz lembrando nós dois

Os edifícios abandonados,
As estradas sem ninguém,
Óleo queimado, as vigas na areia,
A lua nascendo por entre os fios dos teus cabelos,
Por entre os dedos da minha mão passaram certezas e dúvidas

Pois no dia em que ocê foi embora,
Eu fiquei sozinho no mundo, sem ter ninguém,
O último homem no dia em que o sol morreu


Meu querido Lenine é o autor.

domingo, 16 de maio de 2010

Pra Onde Você Vai?

Nas paredes escrevia o seu nome
Pra tentar esquecer
No espelho assistia à própria dor
De lembrar
Na sala vazia, a televisão ligada,
Uma tentação de existir
Na cama, sem dono, perguntava
Como tudo foi acabar

Se ao menos, tanta coisa que se
Vive junto não evaporasse assim
Se, ao menos, na hora dela me deixar
Precisasse um pouco mais de mim
Se, ao menos, no escuro eu
Conseguisse apagar
Dormir sem sonhar, apenas
Dormir sem sonhar?


Minha aventura,
Pra onde você foi?

Salve Lobão.

terça-feira, 11 de maio de 2010

Entre o sertão e o mar

Grão de Mar

Lá no meu sertão plantei
Sementes de mar
Grãos de navegar
Partir
So de imaginar, eu vi
Água de aguardar
Onda a me levar
E eu quase fui feliz

Mas nos longes onde andei
Nada de achar
Mar que semeei, perdi
A flor do sertão caiu
Pedra de plantar
Rosa que não há
Não dá
Não dói, nem diz

E o mar ficou lá no sertão
E o meu sertão em nenhum lugar
Como o amor que eu nunca encontrei
Mas existe em mim

E o mar ficou lá no sertão
E o meu sertão em nenhum lugar
Como o amor que eu nunca encontrei
Mas existe em mim


Música cantada por Maria Bethânia, a autoria eu não sei.

domingo, 9 de maio de 2010

Twitter

Tenho twitter à meses e nos ultimos dois tenho twitado regularmente. A coisa é forçada mesmo e o assunto dominante é futebol, algo que todos gostam e porque é fácil de falar. Fora algumas frases, tiradas engraçadas, nada me apetece. Isso em si não seduz em nada, até porque existe mais inteligência humor em meia hora de conversa com qualquer um dos meus amigos do que em uma semana de twetts.

A única coisa que verdadeiramente gostei foi o background que uma colega fez para mim.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Serra é o cara!!!

Quem quiser que vote, afinal o sufrágio é secreto, mas julgo no mínimo complicado ter um presidente que "acha normal" conviver com nordestinos.....

Leia na íntegra: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2010/04/23/serra-acha-%E2%80%9Cnormal%E2%80%9D-conviver-com-nordestino-como-seria-%E2%80%9Canormal%E2%80%9D-tapar-o-nariz/

domingo, 11 de abril de 2010

Coitado de Deus

Não, não sou adepto de qualquer tipo de teoria da conspiração. Sou quase incrédulo com relação a esse tema, mas também não sou cego. Isso não sou.

Só que é díficil ficar impassível quando seu time é prejudicado toda vez que ele joga com aquela gente. Toda vez! Isso desanima, afinal não acho bonito a trapaça vencer. Mas parece que só eu penso assim. Estou eu certo e o resto do mundo errado? Acho isto estranho. Mudou tudo. Aqui, o branco virou preto e o escuro claro.

Paradinha, dissimulação e juízes corruptos, é esse o retrato do futebol brasileiro. E o que é mais triste é que esse panorama é um reflexo geral da nossa sociedade. Nem preciso falar aqui na tal da manha e do jeitinho. Isto todo mundo sabe.

Todo mundo sabe!

Tem-se ciência, mas alguém faz algo para mudar? Para moralizar? Eu não vejo. Vejo apenas a reverência a ginga, ao desdobro e a um conceito deturpado de lúdico, alcunhado aqui de deboche.

Meu ditado preferido é: pimenta no cu dos outros é refresco!

O tropeço alheio me parece sempre engraçado, afinal não sou eu.

Eu, vc, todo mundo pensa assim até o dia em que a casa cai em cima da nossa cabeça. Neste instante toda a graça vai embora, o sorriso some do rosto dando lugar a testa enrugada, ficando a vista turva e a garganta árida. É quando, ainda perplexo com a situação, o sujeito se questiona da justeza do acontecido. Só ali.

Me pergunto: como pensa Deus nessas ocasiões? Fica alegre com o que poderia ser o início de uma mudança, nunca concluída, ou olha para baixo entristecido com aquele ser que insiste em armar seu próprio infortúnio?

O que começou como um desabafo sobre futebol terminou com uma reflexão sobre o egoísmo humano.

Que bobo.

sábado, 27 de março de 2010

Desalento

O circo estava armado e então o julgamento do casal Nardoni começou. Antes mesmo do start, tudo já estava definido. Todos já tinham escolhido seus culpados. A opinião pública, sedenta por alguma justiça, acompanhava a tudo como se uma novela fosse.

Agora entendo melhor de novelas. Compreendi o apelo forte que ela emana. Parece-me que no Brasil as pessoas tendem a novelizar tudo. Uma coisa doida onde a novela vira realidade e a realidade novela, como no caso Nardoni.

Não sei da culpa e nem da inocência deles. Disso não entendo.

E se não foi eles, quem foi? Parece-me que esse foi o diferencial. O direito penal ensina: só existe crime com indícios de materialidade e autoria. E os únicos suspeitos são os dois condenados.

Blog, montagens, narração em tempo real, um gama enorme de "especialistas" dando seus veredcticos .... Um show midiático.

Mesmo depois do fim do circo (julgamento), a dúvida permanece. Afinal, como pode um pai matar um filho? Difícil de acreditar. Só não tão difícil quanto essa minha inocência em um caso como esse. Eles acontecem todo dia e em todo o Brasil.

Semana passada, uma moça foi achada em um matagal de uma cidade do Piauí, jazia brutalmente espancada, cheia de perfurações no corpo e com uma faca cravada no peito. Alguém se importou com ela?

Eu mesmo, que sou jornalista e bem informado, nem o nome dela sei. Lembro da Tallyne Teles, do Tim Lopes, do prefeito de Santo André. Lembro também do João Hélio, pobre garoto que foi despedaçado durante um trajeto de sete quilômetros pelo qual foi arrastado preso do lado de fora de carro de sua mãe, roubado pelos autores tragédia.

Não dá. Não dá para ver tanta coisa e não pensar que algo está errado. Um garoto que é esfacelado, outra que é morta com um tiro na cabeça, traficantes que ateiam fogo em pneus com pessoas dentro, pais matando filhos, crianças que aos 17 anos já praticaram homicídios suficientes para deixá-los na cadeia para sempre.... A lista é interminável.

Esse é problema! Tudo ficou comum, banal. É como Batman disse em Cavaleiros das Trevas: ficou muito fácil matar uma pessoa.

A fácil matar, noticiar, brigar e esquecer. É assim que as coisas funcionam hoje.

O desserviço proporcionado pela mídia pisca em vermelho forte, como o sangue que estampa as capas dos jornais todo dia.

Mas o que vai ela fazer? Falar apenas de flores e jardinagem? Não dá.... Nem elam nem eu e nem ninguém sabe o que fazer com esse axioma.

Fazemos isso enquanto marchamos orgulhosamente para um futuro cada vez menos humano, cada vez menos esperançoso. Onde parece que a vida existirá mais em novelas do que realidade.


Bicho estranho, esse ser humano, que além de acabar com seu planeta, espolia a si mesmo com a maior desfaçatez e sem o menor pudor.

Morre a 16ª criança que esperava vaga em UTI no Maranhão

A filha de Gleiciene Silva brigou e recebeu uma liminar da Justiça expedida às 20h de anteontem para ter direito a uma vaga na UTI. O bebê morreu uma hora depois. Nascida de forma prematura às 13h, veio às pressas para Imperatriz no colo da avó. A cidade tem 44 leitos públicos de UTI e 17 particulares. O ideal seriam 120, segundo o Ministério da Saúde.

A criança, que nem tempo de ganhar nome teve, se tornou a 16ª vítima do ano que por conta do mesmo problema.

Sem nome, se tornou apenas um número.

Poderia ser mais trágico?

quinta-feira, 25 de março de 2010

Humor negro, mas verdadeiro.


Assunto de hoje entre os jornalistas teresinenses: o blog www.porra180graus.tumblr.com/.

Algum gaiato percebeu o óbvio e postou algumas das loucuras que o 180graus.

Hilário!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Lembranças

Rio!

-Ver o Cristo Redentor do avião;

-A vista do Pão de açucar;

-Coldplay tocando Shiver;

-As palmeiras do Largo do Machado em meio a chuva;

-Coldplay tocando Lost;

-A comida do OutBack;

-Coldplay tocando The Hardest Part;

-Visita ao Maracanã;

-Sorrisos no quarto do hotel;

-Borboletas de papel caindo do céu...


Arrependimentos:
-Não ter ido a São Januário(imperdoável);

-Ter andando mais!

sexta-feira, 19 de março de 2010

Philippe Coutinho


Há temores de precipitação. Há temores de valorização exagerada e “fanatismo religioso” decorrentes da carência de ídolos e do atual estado das coisas em São Januário. Há temores de se apostar fichas em um jogador tão menino, tão cedo catapultado à condição de estrela, na companhia. Há temores de que comparações inevitáveis com outros jogadores extemporâneos (ou mesmo contemporâneos) possam relativizar as boas impressões que se tem a seu respeito. Há temores de que tudo não passe de invenção capitalista, vendagem marqueteira, subprodução pré-criada em laboratório fictício de cartola vendedor de jogador.

Venho afugentar todos os temores, espairecer todas as névoas de dúvida, dirimir todas as questões referentes ao assunto e manifestar minha opinião: Philippe Coutinho é, hoje, o melhor do Vasco.

Digo isso e explico o porquê.

O que faz, a meu ver, Philippe Coutinho ser hoje o melhor do Vasco, é a sua dedicação sóbria e serena, gradual e progressiva, corajosa e devotada, que de distingue da forma omissa e melancólica com que o Vasco é representado no atual momento.

Não é por não acertar a pontaria, como se requer que ele acerte, que ele vai deixar de ser o jogador com maior investidura da cruz-de-malta no elenco atual. Não é por não ter ímpeto de gol de um Roberto Dinamite e de não ser um goleador do time como Romário que ele não haveria de alcançar esse posto.

O amadurecimento com que Philippe Coutinho assumiu as jogadas, a criação, a ofensividade e o chamado para conduzir a cruz-de-malta nos últimos jogos tem sido, no mínimo, a última esperança de respeito e abnegação ao panteão vascaíno neste campeonato.

Vejam bem: estou falando de respeito, abnegação, envergadura moral e passional. Philippe Coutinho - o menino de dribles, elásticos, lençóis e jogadas individuais ariscas e ousadas - há de ser – pelos acertos, pelos erros e pelas inúmeras tentativas – o último jorro de sangue vermelho e vivo desse sistema vascular obstruído e necrosado que se tornou o time do Vasco.

Enquanto os mamutes do time esfacelam as pernas em contusões, desaparecem nos gramados ou se omitem nos momentos decisivos da partida, o menino “ladrão de raios” corre, tenta, encara a marcação dura dos adversários e a cobrança exigente da torcida com porte de homem adulto, com coragem de atleta profissional, com amor à camisa do Vasco.

É preciso que o torcedor aprenda a decodificar os símbolos de uma partida de futebol. A cena do domingo passado, com Dodô se sobrepondo a Philippe na cobrança do pênalti e tirando a autoridade do treinador diante de uma audiência perplexa, foi uma cena decisiva. Uma cobrança de pênalti marcada em pleno Maracanã, num jogo contra o maior rival, justamente após um pênalti já ter sido desperdiçado. No elenco, dois únicos jogadores assumem a decisão. De um lado, o jogador mais experiente em campo, que já tinha perdido a primeira cobrança displicentemente. Do outro, o menino-prodígio, com 17 anos – exatamente a metade da idade do outro. A forma displicente e ridícula com que o “experiente” desperdiçou a segunda cobrança evidenciou a distância gritante entre a vaidade e a valentia, a presunção e a abnegação, a arrogância e o senso de responsabilidade. O castigo da perda do pênalti foi a senha para o torcedor vascaíno identificar que os medalhões nada são diante dos meninos aguerridos que, debaixo da cruz-de-malta, possuem um coração vascaíno pulsando de verdade.

Que me perdoe o Dodô se estou emitindo juízo criterioso a seu respeito, mas ele, para mim, encerrou, naquele domingo, a sua tentativa de história dentro do Vasco. Menos pelos pênaltis perdidos. Ao contrário: se os fizesse, não teria ofuscado as jogadas arriscadas e o senso de voluntariedade com que um menino de 17 anos se entregou nesta e em todas as demais partidas onde, sejam quais forem os motivos, Dodô desapareceu e se omitiu, furando chutes a gol que pareciam propositais de tão bisonhos. Dodô e Mancini não têm a alma que o Vasco requer para um clube que está renascendo. Quando um desautoriza o outro, ambos se equivalem. Os erros de cada um, jogo após jogo, só demonstram que a mediocridade nem sempre nasce da má intenção, mas também pode ressurgir de uma absoluta desconexão entre um profissional e uma camisa. Acho que a camisa do Vasco, sinceramente, não cabe neles.

Em contrapartida, Philippe joga como se não estivesse vendido, como se os euros não acenassem aos seus olhos de menino o sonho dourado de todo jogador de futebol desta plaga de terceiro mundo onde todo mundo idealiza sucesso e reconhecimento. Ali, dentro do gramado, vestido com a camisa do Vasco, o pequeno vascaíno Philippe Coutinho empresta seu som e sua fúria shakesperianos para incendiar os gramados em favor do clube em que acredita, em favor da torcida que – mesmo impaciente – sabe discernir um craque de uma falsa promessa.

"Ser ou não ser: Eis a Questão!".

Philippe Coutinho não se intimida: ele é!

Nem mesmo Carlos Alberto, jogador referência desse novo Vasco, consegue se manter em campo, lesionado e combalido pela perseguição desumana que os maus sopradores de apito autorizam jogo após jogo. Mas Philippe Coutinho está lá, enchendo as páginas dos jornais com as únicas e incontestáveis atuações dignas da camisa que veste, envergando a camisa com o amor e o respeito que pouco se vê numa equipe mal escalada, mal decidida e mal resolvida. Não fosse ele, com a força de seu talento e a convicção de sua vascainidade, não teríamos espaço na mídia, não teríamos destaque. Ele briga sozinho pelo Vasco e pelo nosso espaço em meio aos silenciadores do nosso clube. Grita - e grita tão alto - que obriga outras vozes a ressoarem seu grito e o grito do Vasco.

Há um estranho silêncio em São Januário. Os jogos são ruins, as atuações são pífias, os resultados são parcos. Ninguém fala nada. Sobram aqueles velhos discursos de araque sobre prestigiar técnico e comparar elenco deste ano com o do ano passado, treinador deste ano com o do ano passado etc. A realidade é mais simples do que o devaneio. Quem não alcança um alvo não é bom de atirar flecha. Sem um bom arqueiro, ninguém acerta um alvo.

Enquanto as discussões prosseguem, o departamento médico segue sem jamais recuperar seus feridos de guerra, os tribunais caçam e punem irascivelmente os atletas vascaínos, o treinador nunca sabe a escalação ou o esquema do próximo jogo... todos parecem perdidos.

Menos Philippe Coutinho.

Pergunto eu: é alguma incoerência eu sentir um orgulho vascaíno dentro do peito ao abrir, na manhã de hoje, todos os jornais e ler, em meio à morbidez do time atual, uma série de matérias enaltecendo o menino prodígio do Vasco?

Não teríamos – eu e todos os demais vascaínos que compartilham dessa opinião – o direito de se emocionar, pelo menos, com a atitude e o futebol desse menino, sendo ele o último lampejo de vascainismo verdadeiro nesse grupo totalmente fora de sintonia com a história do Vasco?

Disse, digo isso e repito quantas vezes puder. Não há nada melhor, hoje, do que ver Philippe Coutinho jogando com a camisa do Vasco.

Todo o resto é quimera.

Philippe Coutinho é a única verdade remanescente no panteão vascaíno.

Hélio Ricardo

Na incompetência de expressar minha opinião sobre o vasco, o colunista Hélio Ricardo fala por mim. Minha única nota é com relação a Carlos Alberto, a quem respeito acima de todos. Junto com o jovem jogador, é o único vale uma nota digna.

quinta-feira, 11 de março de 2010

60 dias de férias

O art 5º da Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei sem distinção de qualquer natureza.

Acho lindo isso, só não via essa lógica aplicada ao juízes. Eles podem quase tudo. Ganham os maiores salários do país, tem recesso e até auxílio para comprar roupa. Somado a isso e outras coisa que deixei de fora, eles também tem direito a 60 dias de férias.60! Não é legal?

Pois é.

Graças a deus que o senhor Gilmar Mendes deixou a presidência do STF e assim nos poupou muita besteira. Talvez seja uma esperança vã, mas o novo presidente, Cesar Peluso, avalia que defender o benefício de 60 dias seria uma "batalha perdida". O ministro acha inevitável a redução das férias de juízes para 30 dias.

Coitados!

domingo, 7 de março de 2010

Don't you shiver?

Foi debaixo de muita chuva que a maior banda dos anos 00 entrou no palco para um concerto diante uma platéia de mais de 34 mil pessoas na praça da Apoteose no Rio de Janeiro. O Coldplay se apresentava no Brasil pela terceira vez e eu estava lá!

A primeira musica tocada foi um tema do ultimo cd(Life in technicolor), depois vieram Violet Hill e.......

então um conhecido canhão laser verde iluminou os céus do Rio. Ao piano, Chris começou os acordes de Clocks. Assim, a queima roupa. O som, que estava alta e claro, parecia vir todos os lugares. Um pouco de longe pude ver o marido de Gwyneth Paltrow tocar e cantar sua canção mais emocionante. Vi pessoas se abraçando, contentes de estarem ali; outras apenas olhavam pra o céu cantando em silêncio; a maioria, assim como eu, preferiu gritar o mais alto que podia. Foi o primeiro de muitos coros da noite de 28 de fevereiro de 2010.

Por incrível que pareça, mesmo depois de Clocks, esse fã ainda não estava extasiado. Apenas ok. Vieram Yellow com seus balões e telões amarelos e ainda mais duas que não sei o nome, até que Fix You aportou em meus ouvidos. Aí, nessa hora, me arrepiei todo. Nesse momento, parecia que todo mundo estava cantando ao mesmo tempo, de olhos fechados como estava, era possível sentir a vibração das vozes. Me lembrei do meu irmão que tanto falava da lembrança que sentia de mim quando morava em Sampa e escutava essa canção. Pedi o celular para Wilton e liguei para ele, que caprichosamente não me atendeu. Cretino natalense......

Seja como for, a ficha havia caído. Eu estava em um show do Coldplay e a apresentação havia começado ali!

A partir daí, o show foi um dos momentos mais bonitos que já presenciei na minha curta história. Veio a lindíssima Strawberry Swing, que tanto adoro; Gup Put Smile Upon Your Face, que mesmo em uma versão esquisita ficou bonita.

Ao fim de Gup Put... a banda deu um rápido break. Eu olhava ao redor e podia ver milhares de câmeras e celulares registrando aqueles momentos. As luzes voltam a se acender e vejo Chris sentado ao piano. Ele olha para a platéia e enfim começa os acordes de The Hardest Part. Bela canção que sempre me lembra uma certa pessoa, essa que não posso citar por questões contratuais. Roubei de novo o cel do Wilton e liguei, ela não atendeu. Uma desgraça, depois remediada quando Lost foi executada e a saudade grande bateu novamente.

Depois disso eu até poderia voltar para casa e cantar “Home, home where I wanted to go.....”, mas o show ainda não havia acabado.

Me lembrei muito da resenha escrita pelo xará Pedro Só, para o falecido site Usina do SOM, sobre o primeiro show da banda em terra tupiniquins em 2003. O jornalista deixou claro em cada palavra escrita como foi emocionante ver o Coldplay no auge. À época, os ingleses estavam fazendo a turnê do A Rush Of Blood to The Head, álbum que vendeu mais de 16 milhões de cópias. Pedro, um dos poucos críticos que respeito, narrou como a banda conduziu o show de forma que a pessoa ficasse extasiada, emocionada ao se sentir parte de tudo aquilo que estava acontecendo.

Mesmo sem querer, meu homônimo escreveu o que senti.

Momentos marcantes: eu e Wilton abraçados cantado Shiver, um bilhão de lembranças durante The Hardets Part, milhares de borboletas de papel chovendo junto com a água enquanto Lovers In Japan era executada, meu companheiro de viagem de olhos fechados cantando The Scientist. O pequeno palco no meio do público em que eleses cataram algumas músicas a pouquíssimos metros de todos. O desejo louco de que banda voltasse para mais um biss e por fim o público cantando Viva La Vida enquanto deixava a praça da Apoteose.

Havia acabado, agora só lembranças.

Engraçado que imaginei começar esse texto de várias formas. Pensei em dizer que não acreditava conseguir ir a um show do Coldplay; cogitei contar como conheci a banda e o papel por ela desempenhado no meu trajeto. Até narrar meu périplo até a praça da apoteose, abordo de uma taxi com um senhor que parecia não saber para onde ia, eu pensei em escrever. Mas não sabia como terminar.

Talvez não queira me despedir do momento que agora permanecerá apenas em minhas letras e lembranças. Talvez não queira voltar ao mundo onde o piano melódico é apenas entretenimento (ou uma anedota a ser contada) ante uma vida tão complicada. Talvez.....

Seja como for, não dá pra fugir do clichê e não dizer que foi perfeito, emocionante e inesquecível. Não quero e nem ligo se é clichê, afinal não existe nada mais chavão do que a alegria e a felicidade e nem por isso as pessoas deixam de procurá-las.

O Rio tem belas paisagens, uma topografia de tirar o fôlego, pessoas com um jeito de falar muito chato, produtos culturais de sobra, o pão de açúcar e o Cristo Redenter, que a todos recebe sempre de braços abertos. Mas no meio do sambodrómo mais famoso do mundo, quem fez valer uma longa e dispendiosa viagem, foram quatro ingleses que ainda acham que vale a pena fazer com que alguém se arrepie ou até mesmo que se sinta feliz. Parece bobagem, eu sei. Mas é uma coisa muito boa de sentir.

OBS.: uma queixa a ser feita, a banda relegou seu segundo e melhor cd. Em 22 musicas executadas, tocou apenas quatro. Aliado a isso faltou Everything’s Not Lost e Speed Of Sound. Mas nada que estrague o saldo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Vou saber quando voltar

Trilha sonora: 3-11-Porter(Sorround me), Editors(Untitled) e Radiohead(rockner).

E esse gosto de derrota? De onde vem?
O horizonte antes tão bonito e esperançoso, agora só traz angustia e olhar baixo.

Vidro gelado, sorvete, pele morta, desorientação, gente indo embora...... o perder de vista nunca pareceu tão longe, distante.

Estranho isso, ainda mais se for pensar que nunca fiz questão de culpa. Quem quiser que goste dela, eu não. Mas isso não tem mais importância, desejando ou não, agora ela é minha. E o pior é que não parece ser de mais ninguém. De uma forma totalmente egoísta eu a tomei de assalto e agora ela repousa calma, lasciva e entorpecente.

Não, não me pergunte se estou sozinho. Não se trata disso, estou apenas perdido e abandonado. Nada mais. Não há nem nada de especial nisso, afinal quantos já não estiveram assim?

Ontem me lembrei de uma amigo que faleceu. Agora passo todo dia quase a porta de sua antiga casa. Ele era uma graça. Um cara bom, que morreu de uma forma triste e injusta. Mesmo com todo aquele jeito caboco e sisudo, nunca me foi difícil perceber aquela coisa boa que carregava consigo. Mesmo depois de todo o sofrer, fato que começou bem antes da doença, era clara a disposição para um raiar mais tranqüilo...

Mas porque estou falando dele?

Deve ser a melancolia ou ainda só saudade.....quem sabe.

Complicado não é sentir saudade de quem já se foi, o pior é esse sentimento de quem está aqui.



Texto de de autor desconhecido.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Viva o Brasil e o Rock


É por causa de coisas como essa que não desisto.

http://www.myspace.com/nevilton

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O meu carnaval e de Arruda

Não viajei. Estou em casa, curtindo um descanso depois de uma semana cheia de novidades. Posso dizer com certeza que meu carnaval está e continuará bem. Afinal o Vasco ganhou, estou feliz com minha vida profissional e pessoal. E ainda fui agraciado com a cereja do bolo, apesar de não gostar de cereja, a prisão do José Roberto Arruda que vai curtir a folia de momo atrás das grades.

É muito bom as pessoas virem um político sendo preso, pagando de alguma forma pelos inúmeros crimes cometidos. Além das pessoas, é ótimo que os outros políticos também vejam, que fiquem, nem que seja por um segundo, com um friozinho na barriga e aquele pensamento torturante. “Será se eu sou o próximo?”

Não meu amigo corrupto, fique calmo e descansado. Afinal é muito pouco provável que você seja o próximo. Bem que eu queria, mas acho dificílimo a prisão de vagabundos dessa estripe virar comum. Alguém vê Sarney, Marco Maciel, Joaquim Roriz, Roseana Sarney e tantos outros, presos? Eu não!

Outro dia me perguntaram, “Pedro qual é a coisa mais organizada no Brasil?”. Eu, de bate pronto, respondi: “O crime”. Ora, seja o trafico de drogas, de armas, de mercadorias ilegais, a prostituição e a corrupção; todas essas modalidades desenvolveram uma intrincada rede de organização. Caramba, existe hierarquia rígida até nos morros do Rio: tem o OLHEIRO que está em fase de teste; o AVIAOZINHO que ajuda o novato, os superiores e vai atrás de inimigos; o FOGUETEIRO que controla o trafico, vendendo e vigiando a vizinhança; tem ainda o GANGSTER, braço direito do Chefão. Por fim temos o CHEFÃO da boca que cuida de TUDO. Podendo punir, demitir, etc.

Se é assim em um morro, o que dirá no Congresso.

Assim que estouro o escândalo do panetone, o DEM (Ex-PFL, é sempre bom lembrar) deu quase como certa a expulsão de Arruda do partido. Nosso amigo enjaulado mandou um recado, “Se me expulsarem eu jogo merda no ventilador”. Arrudão ameaçou em frente a todo o país o alto comando do DEM, que se resignou, arregou, tremeu, colocou o rabo entre as pernas. Moral da história: está todo mundo ligado. Ou como dizem nos negócios, são sócios.

Querem um exemplo? Em 2000 foi descoberta a violação do painel do senado. Adivinha quem foi o violador? Ele, José Roberto Arruda. O então líder do governo pelo PSDB, afirmou que estava a mando do barão Antônio Carlos Magalhães, presidente do senado à época (lembra da história da raposa, do galinheiro....). Os dois violaram o painel na votação de cassação do senador Luiz Estevão por quebra de decoro parlamentar (até hoje o único senador já cassado). O mesmo Estevão foi condenado como comparsa do Juiz Nicolau dos Santos Neto, o LALAU, no esquema de desvio de R$169 milhões das obras do Tribunal Regional do Trabalho em São Paulo. Pegou 31 anos de prisão por peculato, estelionato, corrupção ativa, falsidade ideológica e formação de quadrilha.

Voltando no tempo, no inicio da década de noventa, Luiz Estevão também se envolveu na Operação Uruguai, para livrar a cara de Fernando Collor de Mello. Aquele que sofreu impeachment.

Acabou?
Infelizmente não. Estevão ainda foi condenado pelo Tribunal Regional Federal pelo crime de falsificação de documento público. Sua pena foi fixada em três anos e seis meses de reclusão no regime semi-aberto.

Essa gente é como uma irmandade. Porque era esse o cara que a dupla ACM/Arruda queria livrar da cassação.

Epílogo

Eu sei, eu sei. Depois do folia, Arruda vai conseguir liberdade e pode até chegar a ser condenado. Mas, assim como Estevão e Maluf, vai seguir soltinho, soltinho. Andando entre a gente como se nada tivesse acontecido. Seja como for, uma coisa eu garanto: ele nunca vai esquecer desse carnaval.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Paradinha


Não sei quando nem aonde foi inventada essa tal de paradinha. Sei apenas que é um recurso covarde, que além do gol certo, humilha o goleiro. Graça a Deus a FIFA abriu os olhos e proibiu o recurso a partir de maio (salvo engano).

Todas as vezes que vejo um batedor cobrando um pênalti com paradinha fico triste. Me pergunto onde está o tão falado FAir Play que o futebol tanto fala. Como disse Lédio Carmona, eu sou contra. Radicalmente contra. E, como pude constatar hoje, não estou sozinho nessa cruzada.

Vários grande nomes do jornalismo esportivo já se manifestaram contra. Juca Kfuri, Lédio Carmona, Tostão, Décio Lopes... esse ultimo se revoltou quando viu o pênalti cobrado por Neymar contra o São Paulo. “acho que é um exagero de malandragem, é uma covarida e, de certo modo, um desrespeito ao goleiro. Acho que esbarra em questões éticas. Por mim, não tinha mais isso, não. O atacante que bata, o goleiro que trate de defender. E pronto. Vale o tradicional “que vença o melhor”. Assino onde?
Para quem não sabe, o goleiro não pode dar um passo a frente. Pode apenas se movimentar pisando em cima da linha. Quando o faz, o juiz manda que repita a cobrança. Já o atacante pode parar, mandar um beijo para esposa e depois chutar.

Teve um colunista do Globoesporte.com que teve a infelicidade de dizer que a paradinha é justa. Pois o pênalti é uma penalidade para o time que parou um lance de gol certo....

Fiquei besta. Um cara que tem uma coluna do Globoesporte.com falar uma asneira dessa é o fim. O pênalti nada mais é do que uma falta dentro da área, nada além disso. Se um jogador estiver colado na linha de fundo com cinco marcadores ao redor sem a mínina chance de gol e for empurrado e for dentro da área, é pênalti. Simples.

Fecho com o texto de Lédio Carmona

A paradinha pode parecer com uma forma de expressar a arte em campo, mas não passa um escárnio contra o goleiro e contra o caráter competitivo de um jogo de futebol. Se é para mantê-la na regra, melhor evitar que o goleiro não perca seu tempo. Que os cobradores façam as cobranças sem goleiro. Fica mais democrático e, consequentemente, menos perverso e ditatorial com os arqueiros.

Os goleiros deveriam ficar de costas, em sinal de protesto.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Quatro semanas ou 28 dias


“Rapaz, é tanta loucura que não sei nem te explicar”. Assim respondeu André Melo quando perguntado como surgiu a ideia de fazer o Projeto 28 Dias. Ele, Tiago Peixoto, Vinícius Carvalho decidiram lançar uma música inédita a cada 28 dias. “Cara, eu vi que tinha tanta música lá em casa... Estavam lá paradas. Não só eu como o Tiago e Vinicius também. Então apareceu essa idéia”, complementou André.

Melo é guitarrista do Anno Zero, produtor, sonoplasta além de ser uma figura inteligente e gente boa. Tiago é guitarrista, atualmente na banda Longa Metragem e anteriormente fazia os solos de um grupo que agora me foge o nome. Vinicius não conheço, mas pela companhia que desfruta, aposto que também é dos bons.

Essa coisa de tocar guitarra, de ter uma banda sempre foi um grande sonho. Então é impossível não ter uma ponta de inveja, um olhar de desapontamento por não compartilhar disso. Nada de maléfico, claro, é apenas parecido com um amor não correspondido. Eu, apaixonado como sou, fiquei destinado a apenas admirar a música. Mas pelo menos nesse papel eu sou poligâmico...

Por graça dos deuses ela só deu esse destino a mim e não à toda a humanidade. Então acho muito legal quando essa galera que toca toma esse tipo de iniciativa. Aprovo e recomendo.

Quem quiser conhecer a primeira música do Projeto 28 Dias, basta acessar o Twitter(http://twitter.com/proj28dias) ou então em um espécie de blog de áudio. Um portfolio digital, depois me contaram.

Aviso logo, não é nada que vá mudar o rumo da música contemporânea ou revolucionar a forma de se tocar guitarra. Nada disso. Apenas três caras que curtem tocar colocando sua cara na rua. E isso eu admiro.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sem vida ou calor.


“Pedro, porque tu não tens um twitter?”

Foram inúmeras as vezes que já me perguntaram isso, mas nunca dei uma resposta pronta para essa questão. Entretanto, nunca tive dúvidas de que aquilo não servia para mim. Micro-textos; micro-blogs; particularidades da vida. Nada daquilo me atrai.

Segundo o Wikipédia, o Twitter é uma rede social e servidor para microblogging que permite aos usuários que enviem e leiam atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres, conhecidos como "tweets"), através da própria Web, por SMS e por softwares específicos instalados em dispositivos portáteis como o Twitterberry desenvolvido para o Blackberry.

As atualizações são exibidas no perfil do usuário em tempo real e também enviadas a outros usuários que tenham assinado para recebê-las.

Completei mais de um três meses de twitter e meu desinteresse continua pleno. Admito que tive medo de gostar daquela coisa, mas isso nem chegou perto de acontecer. Aquelas micro informações, tipo de coisa sem sal, sem vida ou calor não mexeram e nem mexem comigo.

Nos últimos dias de minhas férias fiz minha conta naquilo e passei a visitar as páginas das pessoas mais interessantes que conheço e vejam só que elas me pareceram chatas, pior do que isso, davam(dão), a idéia de serem bobas, pueris. Se for essa a função do Twitter, ela é eficaz sem dúvida.

Chamem-me do que quiser, mas “Fulana acabou de pular na água”; “Quero uma música para traduzir meu sentimento”; “MN tem ótimo gosto para manchetes” e outras pílulas da vida cotidiana não me interessam nem um pouco.

As únicas coisas legais que li foram as frases do Falcão, o cantor. O cara tem umas sacadas muito interessantes.

É lamentável ver a falta de mentalidade de algumas mulheres superar a pouca categoria dos homens...
Tem gente que já nasceu de aviso prévio...
Original é transformar o óbvio em algo pior...
Sou como o verbo "coisar", sirvo pra tudo!!!
A minha beatificação são favas contadas!!!

O cara é foda.

Mas enfim....
Voltando: depois de ter pesquisado, acessado, twitado; lembrei-me da resposta do Jornalista Francisco Magalhães quando perguntado do porquê de não possuir um Twitter. Com a secura que lhe peculiar Magalhães respondeu: “Porque tenho mais de 14 anos”.

Não sei se a coisa é assim tão forte, mas por enquanto fico com a frase do Magalhães. Além disso, só fico também com a impressão de que as pessoas tendem a ser cada vez mais parecidas com seus avatares e não com o que de fato é.

sábado, 9 de janeiro de 2010

Meu patrimônio

Atualmente comprar cd é uma vaidade. É pura vontade de ter, pegar e ler o encarte. Pois bem, eu tenho essa vaidade. Recentemente comprei cinco. Três conhecidos e dois tiros no escuro que felizmente se mostraram certeiros.

Amo Los Hermanos e o Ao Vivo na Fundição Progresso foi mais para constar na coleção; já com relação ao Rage Against The Machine, a força da banda me impressiona; os Strokes realmente tem um ótimo som e não é a toa que a nova-iorquinos permearam sua influência por toda década 00; apesar de até então desconhecidas para mim, as guitarras pesadas do Alice in Chains são muito bem vindas já que andava tão afastado do rock pesado.

Entretanto não há como negar que meu mimo, a cereja do bolo (me desculpem o clichê) é mesmo o duplo ao vivo do Rush (Snakes & Arrows Live).

Sim, os canadenses que tocam juntos há quase 40 anos, os mesmos três caras de sempre.
Conheço muito coisa da banda e isso é mérito do meu ex-amigo Charlles. Meu ex-vizinho que curte bastante rock progressivo e me apresentou bandas como Marillion, Dream Theater e também o Rush. Tenho essa dívida eterna com ele. Pois bem, apesar de ter pegado mais de 10 cds com my ex-friend, ainda havia algumas músicas que não conhecia ou não lembrava. Não sei.

O fato é que Witch Hunt, do disco Moving Pictures, é RUSH em estado perfeito. Apesar da levada de guitarra ser bastante comum, não há banda que toque como eles. O timbre de Alex Lifeson é reconhecido facilmente, assim como todo o seu comedimento ao manusear as seis cordas. É como se Machado de Assis escrevesse um pequeno conto com apenas uma dúzia de palavras, apesar de conhecer 12 mil. Lifeson faz a mesma coisa. Usa apenas o pontual, correto e certeiro como poucos guitars players fazem.
Nessa música até tão particular voz de Geddy Lee fica mais palatável.

Já Neil Peart dispensa apresentações. É considerado um dos três maiores bateristas de todos os tempos e talvez um dos poucos legendários vivos. Keith Moon, do The Who e maior de todos, morreu há mais trinta anos assim como seu maior fã e seguidor. John Bohan, do Led Zeppelin, que deu adeus à vida sufocado em seu próprio vômito dois anos depois do mestre em 1980.

Neil, apesar dos pesares, perdeu a filha e a esposa em menos de um ano, continua vivo e tocando muito. Para se curar, o baterista entrou, como ele mesmo descreve, em uma jornada de cura com sua motocicleta, viajando milhares de quilômetros pela América do Norte. Essa jornada foi mais tarde descrita no livro Ghost Rider: Travels on the Healing Road e também influenciou fortemente o cd seguinte da banda, Vapor Trails.

Para se ter uma idéia da importância do Rush, a banda influenciou gente como Metallica, Smashing Pumpkins, Nirvana, Dream Theater dentre outros nomes de peso do rock internacional.

Snake é uma clássico disco ao vivo, aquele tipo de cd que aproveita um show para se fazer uma coletânea. Neste caso privilegiando a fase anos 80 da banda. O registro se junta a Vapor Trails, A Farewell to King (ambos do Rush) e ao resto da minha mais do que módica coleção. São cerca de 80 cds que apesar do número pequeno reúnem muito coisa boa desde Radiohead a Bon Jovi, passando por Titãs, Engenheiros, Paralamas, Skank, Rappa Los Hemanos, Lobão chegando a Rolling Stones, Red Hot Chili Peppers, Pear Jam, Oasis e Coldplay. Isso sem esquecer meus discos de alternativos como Yo La Tengo, King of Lions, The Celibate Rifles e Strokes.

Meus dedos cairiam de tanto digitar caso fosse falar aqui dos centenas e centenas de CDs que já baixei, mas não vem ao caso. O diabo mesmo é que adoro aquela coisa do encarte.....